Fui ver Ainda Estou Aqui neste domingo chuvoso em São Paulo (02/02), e do ponto de vista histórico o filme merece os créditos que vem recebendo, inclusive com as suas indicações ao Oscar. Não consigo ainda dizer se Fernanda Torres merece a estatueta, porque não assisti a todas as concorrentes.
De qualquer maneira, o longa mostra um pouco do que foram os “anos de chumbo” a partir do prisma da família de Rubens Paiva, com a bela interpretação de Fernanda Torres, no papel da esposa de Paiva, Eunice, e seus cinco filhos.
Trazendo a história para os dias atuais, essa questão da polarização entre esquerda e direita mostra que tanto um lado quanto o outro não devem JAMAIS usar subterfúgios para justificarem os ABUSOS cometidos contra os cidadãos brasileiros.
No regime a partir de 64, houve crimes de lado a lado. Porém, os governos militares de então poderiam ter lidado melhor (E ERA UMA OBRIGAÇÃO DELES) com a questão dos mais inconformados com o que vinha ocorrendo. Governo é sempre governo.
Da mesma maneira, os cidadãos que hoje contestam urnas eletrônicas, a política extremada da esquerda e tudo mais, merecem ser tratados de forma ABSOLUTAMENTE DEMOCRÁTICA, coisa que infelizmente não se viu na terceira gestão do Governo Lula.
Há cassações de mandatos de políticos da direita, prisões sem o devido processo legal, morte de prisioneiros, perseguições a quem não apoia o PT, além de uma postura ditatorial tanto do STF, com juízes amigos do presidente, como do próprio governo ao tentar barrar manifestações de cidadãos ou na tentativa de controlar as mídias sociais, entre outros abusos.
No entanto, parece que a lição do filme Ainda Estou Aqui só valeu para um lado da história. E quando se fala em ‘abuso de governo’, uso de violência, manipulação das instituições e etc a esquerda passaria ao largo disso tudo. E não pode ser assim. A esquerda é tão responsável como governo quanto os militares que assassinaram o ex-deputado Rubens Paiva.