Amparado pela liberdade acadêmica e científica que me assiste, compartilho minha visão sobre as tendências que se delineiam no horizonte jus-macroeconômico brasileiro.
Talvez — e sinceramente espero — esteja equivocado. Contudo, como cidadão e acadêmico comprometido com a ciência, a verdade e a democracia, entendo ser meu dever lançar esta reflexão à arena pública, contribuindo ao debate aberto e plural.
Vivemos sob um governo federal cuja orientação ideológica é declaradamente de esquerda, abertamente socialista e deslumbrado com o modelo hegemônico chinês.
De fato, o ícone global contemporâneo da esquerda é o Sr. Xi Jinping, perpetuado no poder desde 2012 como líder do Partido Comunista Chinês.
Entretanto, a China figura entre os países classificados como “não democráticos” nas principais medições internacionais, sendo caracterizada como ditadura — sem eleições livres e competitivas.
No Índice de Democracia 2024, da The Economist Intelligence Unit (divulgado em fevereiro de 2025), a China ocupou a 145ª posição entre 167 países, situando-se na categoria de “regime autoritário”, a pior possível.
Esse índice avalia democracia a partir de critérios como: processo eleitoral e pluralismo; funcionamento do governo; participação política; cultura política e liberdades civis.
Como cientista e professor, com todo respeito, a esquerda não me convence — especialmente a sul-americana, que, a meu ver, revela-se um desastre histórico e presente.
A realidade demonstra que regimes de esquerda, por natureza, atentam contra os direitos individuais, restringem as liberdades econômicas, enfraquecem a propriedade privada e sustentam-se sobre estruturas estatais obesas, tributariamente opressivas, totalitárias e antidemocráticas.
Por outro lado, a direita liberal tampouco me convence, presa a uma lógica utilitarista desumanizada, que despreza os vulneráveis e ignora os custos sociais do mercado livre.
Entendo que ambos os polos, esquerda e direita, falham em seus propósitos e são nocivos à democracia, à liberdade, à prosperidade e à dignidade humana.
Acredito no capitalismo humanista — um modelo que assegura existência digna a todos conforme os ditames da justiça social, promovendo a liberdade individual, a propriedade privada e a oportunidade de trabalho e negócios para todos, sem que ninguém seja deixado para trás.
O capitalismo humanista repudia a concentração de recursos no Estado e defende a geração e distribuição da riqueza pelos esforços e recursos privados, valorizando os princípios constitucionais dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
Recordo as palavras de Ronald Reagan: “País próspero, impostos baixos; país decadente, impostos altos.”
Assim se postula um regime político-econômico decente, alicerçado em uma classe média forte e abrangente, pilar indispensável de qualquer democracia saudável.
A classe média — composta por aqueles que, mesmo levando vida digna, dependem do próprio trabalho — é a guardiã do equilíbrio político e social.
Ainda que ricos e pobres coexistam, é fundamental que a maioria populacional pertença a uma classe média robusta, e que os vulneráveis sejam firmemente apoiados para nela ingressarem.
Contudo, percebo sinais alarmantes de estagnação socialista sul-americana no horizonte brasileiro.
O governo brasileiro caminha ostensivamente alinhado à ideologia do Foro de São Paulo, numa marcha velada rumo ao socialismo — com possibilidade real de degeneração em comunismo.
Os fatos indicam a implantação de um típico projeto totalitário de engenharia política e social, com formação de um núcleo governista dominante e absolutista, em contraste com uma massa empobrecida, desarticulada, dependente, domesticada e submissa.
Já se nota a erosão das liberdades de expressão, o aparelhamento institucional e a adoção de uma carga tributária confiscatória — em violação flagrante da Constituição Federal.
A proposta de tributação de lucros e dividendos é exemplar desse movimento, como já expus em outra oportunidade.
Em paralelo, o governo revogou a PEC do Teto de Gastos, revelando que o ajuste fiscal virá não pela contenção de despesas, mas pelo aumento brutal da carga tributária.
A recém-aprovada reforma tributária penalizará duramente a classe média, que será arrastada para a pobreza, invertendo a lógica saudável de progresso social.
Sob o pretexto de desonerar os mais pobres, a classe média é onerada e empurrada para a vulnerabilidade, desestruturando o alicerce democrático e econômico do país.
O resultado previsível é a formação de uma massa amorfa, dependente de assistencialismo governamental, replicando o trágico modelo venezuelano.
Na Venezuela, a ilusão da “suprema felicidade social” instaurada em 2013 jamais se concretizou. A fome, a miséria, a repressão e a perda de direitos básicos devastaram o país com a pobreza vitimando 85% da população. A esquerda destroçou o país e, em larga medida, também a Argentina, que viu sua pobreza atingir 55,5% da população no primeiro trimestre de 2024.
O paralelo sul-americano é alarmante. Vimos na Venezuela e na Argentina; e, estamos vendo aqui no Brasil, a consolidação de uma elite governista privilegiada e absolutista, enquanto a população é subjugada, amordaçada e os direitos individuais extintos.
A elite econômica sobreviverá, blindando seu patrimônio; os pobres e a classe média, entretanto, serão as principais e primeiras vítimas.
Não é uma previsão leviana. Aqui se faz um alerta baseado no paralelo real venezuelano/argentino e nos indicadores que o Brasil já apresenta.
Assim como ocorreu na Venezuela e na Argentina, o populismo esquerdista é a antessala do desastre social, econômico e político.
Acredito que o caminho capaz de evitar essa derrocada é a implantação no Brasil do capitalismo humanista, com estímulo e fortalecimento à classe média; revisão profunda da reforma tributária; combate firme à pobreza; criação de oportunidades reais de emprego e negócios; compromisso com a liberdade individual e a justiça social.
O capitalismo humanista segue a lógica do que está escrito de que a alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido (Provérbios 11:25).
Se o Brasil não reagir, o prognóstico é sombrio de consolidação de um socialismo à moda sul-americana, com opressão, miséria e aniquilação dos sonhos individuais.
O Brasil precisa despertar.
É possível reverter o curso.
É urgente agir.
Não com violência, nem por golpes, mas pela via democrática, pacífica e do diálogo de alto nível, engajando-se pela defesa da liberdade, da propriedade privada, da dignidade humana e da democracia.
Que esta reflexão científica seja um convite a todos que ainda acreditam em um Brasil livre, próspero e humanista.