Em um mercado tão dinâmico e repleto de oportunidades, a ideia de fazer bons negócios é frequentemente relacionada ao sucesso instantâneo, à capacidade de expandir rapidamente e à conquista de parcerias de alta relevância. No entanto, muitas vezes, o segredo para um bom negócio está em algo aparentemente simples, mas profundamente importante: entender as próprias limitações.
Se conhecer como empresa às vezes pode ser subestimado, e não estou falando de branding (pelo menos não somente), estou falando de ir além da superfície e compreender as potências e dificuldades do negócio, como ele entrega valor hoje e o que o impede de entregar mais.
Afinal, o mercado oferece uma infinidade de possibilidades, mas é justamente conhecer os próprios limites que nos guia para as parcerias e compras mais assertivas, sustentáveis e responsáveis. E, mais do que isso, é o que permite que nos conectemos com outros parceiros que podem, de fato, complementar nossas competências e otimizar nosso crescimento.
Nos negócios, como na vida, o autoconhecimento é o que nos sustenta para a satisfação, no caso da vida pessoal, conhecer a si mesmo nos torna capazes de ver leveza e beleza na casualidade. No caso do trabalho e da gestão, é o que nos faz saber com clareza o que queremos e precisamos.
Se uma empresa sabe suas forças, fraquezas e recursos disponíveis, ela consegue buscar soluções no mercado que atendam às suas necessidades específicas, sem tentar forçar a barra querendo se mostrar mais competente do que o próprio fornecedor ou se aventurar em áreas nas quais não tem expertise.
A empresa que se conhece é aquela que reconhece suas limitações como pontos de partida para o aprimoramento.
É aquela que entende que não precisa ser excelente em tudo, mas sim se cercar das pessoas e dos parceiros certos para complementar suas demandas.
A partir da minha experiência, posso dizer que não há nada mais valioso do que saber o que se precisa, ainda que pareça óbvio, muitas empresas caem em diversas reuniões sem o conhecimento prévio necessário para se saber o que se quer, de fato.
Muito se diz, no senso comum corporativo, sobre saber vender, mas saber comprar é tão ou até mais importante.
Parcerias estratégicas, portanto, são construídas com base no reconhecimento mútuo das forças e limitações, o que garante que ambas as partes complementem suas competências e contribuam para um crescimento sustentável.
Essa abordagem não se limita apenas a fornecedores e fabricantes. Ela também pode ser aplicada na escolha de clientes, colaboradores e até mesmo investidores. Saber o que sua empresa pode oferecer de valor e o que precisa em termos de recursos humanos e financeiros pode direcioná-la para as melhores parcerias e escolhas de negócios.
A responsabilidade nas compras e nas negociações
Agora em termos práticos, realizar negócios de maneira responsável não se resume a buscar sempre o preço mais baixo. O que deve ser levado em conta é o valor que essas compras e parcerias podem trazer para a empresa no longo prazo. Por isso, é imprescindível que as decisões de compra sejam tomadas com base em uma análise profunda das necessidades reais do negócio e não apenas em uma busca superficial por algo que pareça vantajoso momentaneamente.
As negociações devem ser sempre pautadas pela transparência e pela ética. É fundamental que, ao buscar um fornecedor, parceiro ou cliente, a empresa tenha em mente que a relação deve ser duradoura e benéfica para ambas as partes. A responsabilidade também está em entender que, muitas vezes, buscar o melhor preço a qualquer custo pode significar abrir mão de qualidade, respeito às normas de segurança, ou até mesmo comprometer a relação com o cliente ou fornecedor. Por isso, fazer um bom negócio é também priorizar aqueles que compartilham de valores e práticas que se alinham com os seus.
Essa visão de negócios responsável implica também em estar atento às consequências sociais das escolhas feitas. Em um mercado cada vez mais consciente e exigente, o comportamento ético de uma empresa pode ser um diferencial competitivo, inclusive do ponto de vista estratégico.
Visões de mundo e de negócios que se alinham, tornam processos burocráticos mais leves e suavizam a jornada de compra, quanto mais familiaridade, mais transparente, honesta e assertiva é a relação comercial.
Como garantir compras assertivas?
Para fazer compras assertivas, é fundamental adotar uma abordagem cuidadosa e estratégica. Primeiro, deve-se fazer uma avaliação interna precisa das necessidades da empresa, identificando com clareza o que é realmente essencial. Uma vez que isso seja definido, é possível iniciar a busca por fornecedores ou parceiros que atendam a esses critérios.
Ao mesmo tempo, a empresa deve estar disposta a dialogar e negociar para encontrar as melhores condições, sem abrir mão de seus valores e da qualidade que espera dos produtos ou serviços adquiridos.
Outro ponto crucial é a pesquisa de mercado. Hoje a informação está ao alcance de todos e utilizar esse recurso para conhecer o histórico dos potenciais parceiros é fundamental. Não se trata apenas de olhar preços, mas também de verificar a reputação, os valores e as práticas da empresa com a qual se pretende fechar negócio.
A confiança mútua é uma das maiores garantias de uma compra ou parceria bem-sucedida. Estabelecer negociações que garantam o alinhamento de expectativas é o que fortalece qualquer relação comercial e resulta no sucesso no longo prazo.
Por fim,fazer um bom negócio é um processo complexo e depende de múltiplos fatores, nesse texto, minha intenção não foi criar uma receita de bolo, mas comentar sobre o que está ao seu alcance enquanto comprador, como você pode otimizar e suavizar a sua jornada.
Quando uma empresa se dedica a conhecer suas limitações e buscar parcerias que complementam suas competências, ela não apenas realiza negócios mais inteligentes, mas também constrói relações mais responsáveis e que contribuem para o sucesso a longo prazo.
Ninguém quer criar uma relação com um fornecedor para rompê-la no mês seguinte, sendo assim, quanto mais esse processo estiver pautado na qualidade da troca no longo prazo, melhor serão as entregas e mais satisfeitas estarão as pessoas, os clientes e o resultado final provará isso.
A chave está em entender que as limitações não são um obstáculo, mas uma porta para as melhores oportunidades. Ao focar nas necessidades reais e fazer escolhas assertivas, a empresa não só cresce de forma mais sólida, mas também contribui para um mercado mais saudável e humano.