A maior problemática em relacionamentos, seja com quem for, está no dia a dia.
Meu saudoso avô, o jornalista Oswaldo Mariano, dizia que conviver é uma arte, e uma das mais difíceis.
Sábias palavras!
Se conviver ao lado de pessoas que conhecemos desde nossos primeiros anos de vida, como pai, mãe, irmãos e familiares, em geral, já é muito complicado, imaginem a convivência com pessoas que adentraram em nossas vidas, bem depois.
Nossos familiares possuem os mesmos hábitos, carregam a mesma tradição de anos e, até séculos. Falam a mesma linguagem e, mesmo assim, os conflitos são quase que inevitáveis.
Como, então, praticar a arte da convivência, evitando perturbações?
Somente com a prática da tolerância, haverá possibilidade de pacificar as relações, sejam elas quais forem.
Tolerar, não significa aguentar calado algo desagradável, ou sentir um vulcão prestes a entrar em erupção em nossas cabeças, nem deixar para lamentar em momentos de solidão.
Tolerar, é muito diferente, disso. É compreender que cada um está em seu limite, dentro do processo de evolução, e agem e pensam de acordo com esse limite.
Se uma criança chutar minha canela, provavelmente, compreenderei que não houve maldade naquele gesto. Apenas, uma forma, imatura, de chamar a atenção. Assim, de forma nenhuma, acumularei revolta ou mágoa com aquela atitude.
O mesmo pode e deve ser aplicado com adultos. Qualquer atitude que possa estar em desacordo com o que se acredita ser correto, deve ser encarada como sendo o melhor que aquela pessoa pode dar de si, considerando sua história de vida, sua capacidade de compreender os fatos, sua incapacidade de autoavaliação, e, assim, dar a ela o devido espaço para amadurecer.
Sentimento de ira, desejo de vingança, mágoa profunda ou qualquer outro sentimento que seja despertado por alguém com limitação emocional, coloca ambos no mesmo patamar. E como sempre digo: – não é porque os outros não conseguem ser melhores, que se deve ser pior.
Isso não é arrogância e não é menosprezar o outro. Ao contrário, é poupar-se e dar a todos, incluindo a nós mesmos, a chance de evoluir com cada episódio que poderia nos ferir.
Somente com a poda, uma roseira cresce bela e produz mais flores.
Afinal, a maturidade emocional é adquirida com vivência e, isso, ninguém pode ensinar. Somente o valioso tempo, pode fazê-lo.