Todos conhecemos a crescente importância da comunicação em nossa vida pessoal e coletiva.
Tudo começa com o pensamento, que é puro, etéreo.
Mas a maioria das pessoas ainda não consegue comunicar pensamentos a outrem, e necessita utilizar-se do verbo e das várias formas de linguagem, que são instrumentos degradados, até mesmo em boa fé.
Se considerarmos, pelo outro lado, os processos de comunicação em má fé, com objetivo de prejudicarem o próximo e dolosamente cometerem tudo o que a sociedade considera crimes, percebemos o quanto a tecnologia, infelizmente, tem criado e desenvolvido ferramentas para isso, de soft e de hardware.
Num país em que a vida é reconhecida como dom de Deus e que não deve ser tirada pelos homens, a prisão dos criminosos é a solução remediada na tentativa de reeducá-los ou pelo menos impedir que continuem prejudicando terceiros.
Alguns encarcerados são pessoas de boa índole que inadvertidamente cometeram crimes. Mas no mesmo local convivem os piores seres humanos, gente sem quaisquer escrúpulos ou freios de comportamento, verdadeiras bestas diabólicas.
E é natural que as pessoas se associem e se convertam às maiorias daqueles com quem convivem.
Nesse ambiente perverso, foi apenas uma centelha para que o mal se organizasse dentro dos presídios.
Mas de que adiantaria essa organização se ficasse constrita àqueles muros ?
A inteligente idéia foi de que, protegidos pelo Estado, se aliassem ali os comandantes do crime e dali distribuíssem ordens a todas as quadrilhas externas, que atuam fora daquelas muralhas. Mas para que isso funcionasse era necessário que tivessem uma eficaz tecnologia de comunicação, os celulares.
Hoje existem dentro dos presídios, mais aparelhos celulares do que o número de detentos.
Em 1996, já poderosos mas descontentes, os chefes do crime organizado, dentro dos presídios, mandaram os de fora assassinar, em poucos dias, uma lista de policiais e autoridades. Sentindo-se perdidos, sem defesa, os governos cederam e fizeram um acordo de conveniências que perdura até hoje.
Mas com isso o crime se organizou ainda mais, e amealhou fortunas maiores do que o orçamento de muitos países.
O próximo passo, com todo esse dinheiro, era selecionar, pagar os estudos e infiltrar jovens em todos os setores das instituições nacionais, ficando latentes mas cientes de agir quando convocados.
É o que explica o que estamos sofrendo atualmente, com decisões de outra forma inexplicáveis cometidas pelas maiores autoridades nacionais; as faturas do crime organizado chegaram aos três poderes da república. Trata-se de pagá-las ou morrer – simples assim (rito sumário dos tribunais do crime).
Mas solução para esse desastre social existe, se ainda houver um punhado de homens livres e de bons costumes em alguma repartição.
Há mais de 20 anos fala-se dessa solução: a instalação de bloqueadores de sinal (“jammers”) dos celulares, dentro dos presídios.
Logo que isso foi sugerido, não faltaram “especialistas” que criticaram a proposta, alegando que esses bloqueadores, uma vez operando, bloqueariam também os celulares dos diretores dos presídios, dos bairros na vizinhança e até dos aviões que estivessem sobrevoando o local…
E naturalmente, apareceram também os “filósofos” alegando que sem celulares, os pobres presidiários, vítimas da sociedade opressora, não poderiam socializar com suas famílias, cumprimentar suas avós nas datas de aniversário delas e por aí adiante, em falsas narrativas.
Os governos, que somente pensam nos votos do amanhã ou já são reféns do crime organizado, abandonaram a proposta, até hoje.
Mas hoje mudaram duas circunstâncias: primeiro, a escalada dos “comandos” ultrapassou todos os limites de civilidade e tolerância, e segundo, a tecnologia aprimorou os aparelhos e é possível aplicar seletivamente os bloqueios, sem interferências, riscos ou prejuízos a terceiros.
Se esses “jammers” fossem instalados, no dia seguinte seria desfeita a rede eletrônica que comanda todos os crimes do país e está sintonia com os demais cartéis do planeta.
Mas as “autoridades” querem ? Ou são reféns, talvez parceiros das mesmas quadrilhas ?