O processo criador vai além da liberdade de especular, pois exige do indivíduo o espírito indagador.
A educação não pode se restringir ao ensino decorado.
Os educadores devem cultivar a criatividade humana em seu mais apurado sentido.
O ato de criação transforma, inova e conscientiza.
O processo criativo deve ser estimulado nos jovens para haver desenvolvimento da inteligência e sensibilidade.
Na verdade, é difícil definir o que é criatividade.
O pensamento criador é desinibido e subjetivo e o processo reflexivo é estruturado, impessoal e formalista.
Mas para muitos, ser criativo nada mais é do que libertar impulsos ou relaxar tensões.
A criatividade não pode ser alcançada sem duro trabalho, portanto, enganam-se aqueles que consideram o ato criativo “lunático”, isto é, não convencional.
Por meio do ato de criação, exprimimos uma ideia que é nova para nós, mesmo que já criada por outra pessoa.
Para a antropóloga americana Margaret Mead (1901-1978) “… desde que alguém faça, invente, ou pense algo que é novo para si mesmo, podemos dizer que realizou ato criador”.
Na realidade, a novidade por si só não torna o ato criador um ato ou uma ideia, a relevância também constitui um fator importante.
Uma correlação possível entre o ato criador e a ciência, é que tanto o escritor como o cientista trabalham pela intuição e pelo intelecto.
Em cada indivíduo a criação é até certo grau singular, e até certo grau produto de livre escolha.
Mas sempre há um elemento de mistério no ato de criação que foge à análise.
Sabiamente, afirma o pintor, gravurista e escultor francês, Georges Braque (1882-1963) que “há certos mistérios, certos segredos em minha própria obra que eu mesmo não consigo entender, e nem tento fazê-lo…”.
Sem dúvida, o criador é divinamente inspirado!
Como disse Platão (427-347a.C.), filósofo grego, no momento da criação, o artista é agente de um poder superior, perdendo o controle de si mesmo.
Sob outro ponto de vista, a criatividade pode ser uma forma de “loucura”.
Nesse caso, o ato criador seria um incidente de “insanidade” repleto de espontaneidade e irracionalidade.
A criatividade humana é a manifestação da força criadora inerente à própria vida.
Portanto, quando estimulada, a aprendizagem criativa se mostra uma ferramenta poderosa à disposição de professores e alunos.
“A criação de algo novo é consumado pelo intelecto, mas despertado pelo instinto de uma necessidade pessoal. A mente criativa age sobre algo que ela ama.”
Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um psiquiatra suíço, fundador da escola da Psicologia Analítica.