Os meios de comunicação mais usados pelos brasileiros para se informar são a televisão, o rádio e a internet. Mas a vantagem da TV ainda é bem considerável.
A proliferação dos meios de comunicação de massa está intimamente ligada ao estabelecimento de uma cultura de massa, produzida por poucos grupos e disseminada a milhões de pessoas, gerando, portanto, uma padronização de conteúdo para que seja facilmente consumido.
Esta é a dinâmica perigosa da existência da cultura de massa, pois padroniza o conteúdo para ser facilmente aceito e consumido.
É importante ressaltar que tanto as culturas erudita e popular são manifestações diferentes, e a primeira não é melhor que a segunda, mas acabam refletindo as próprias desigualdades sociais.
O principal intelectual da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno (1903-1969), filósofo alemão, tinha uma visão bastante crítica sobre o processo de massificação da arte. Ele criou o conceito “indústria cultural”, para indicar que no mundo capitalista todos os objetos culturais (arte, notícias etc.) se tornam mercadorias.
Ou seja, o conteúdo é padronizado para ser facilmente vendido. E o mais importante e grave é que esta massificação não incentiva a reflexão crítica e acaba levando à alienação da audiência.
Portanto, a “indústria cultural” é uma forma de dominação de um povo, sem dúvida, pois padroniza o conteúdo e não permite a reflexão.
Os grupos que alimentam a “indústria cultural” consideram o povo uma “boiada” a ser manipulada.
Não se pode esquecer que os meios de comunicação de massa têm muita força já que influenciam na forma como as pessoas irão pensar e naquilo que irão consumir.
Até que ponto as pessoas não são tão manipuláveis?
Há uma linha tênue que separa a independência dos indivíduos da influência massificadora da “indústria cultural”.
Além disso, nem toda produção cultural se resume à indústria. Existem muitas produções independentes e autorais.
Para atrair audiência, até mesmo as maiores tragédias viram um espetáculo. E o público tende a achar que escolhe aquilo que irá assistir quando, na verdade, a escolha se dá sempre entre as mesmas opções.
Guy Debord (1931-1994), escritor francês, com propriedade, chamou de “sociedade do espetáculo” esta situação em que as pessoas passam a viver movidas pelas aparências e pelo consumo de notícias, produtos e mercadorias.
E a televisão brasileira: é mocinha ou vilã afinal?
Os defensores da televisão argumentam que ela retrata a vida cotidiana, sendo um espelho para o mundo.
Mas retrata com qualidade? A televisão necessita de limites e não de padronização para evitar que seja transmitido um “lixo” que não acrescenta nada e ao mesmo tempo, “sequestra” a cidadania de um povo cansado de tantas injustiças.
As telenovelas têm o poder de exercer um controle social, portanto, devem ser criadas e dirigidas com muita responsabilidade para dar ao público oportunidade de aprimorar sua cultura, inteligência e criatividade e não fazê-lo refém de um processo de massificação.
Até que ponto existe o poder de escolha do povo em relação ao principal meio de comunicação de massa que é a televisão?
Na verdade, quase não existe esse poder. Um grupo, uma minoria, consegue se sobrepor, de uma certa forma, ao controle social da cultura de massa.
Assim sendo, para Noam Chomsky (1928), linguista norte-americano, a massificação da cultura se dá por meio de um artifício totalitário, servindo a interesses econômicos.
“A propaganda significa para a democracia o mesmo que o porrete significa para o estado totalitário.”
Noam Chomsky (1928), linguista norte-americano.