Somos seres humanos finitos, instáveis e temporais. Portanto, temos momentos de maior e menor instabilidade e fracassos.
Por qual razão o amor não seria finito?
A consciência da finitude do amor é um sinal de que a transitoriedade faz parte da essência da manifestação da vida.
E um amor pode terminar não porque o outro tenha um defeito ou imperfeição, mas porque é inerente à existência humana a transformação.
Então, não existe somente um amor possível e que vai ser para sempre!
Não estamos “condenados” a um único amor!
Um relacionamento amoroso quando acaba, as pessoas tendem a dizer que não era amor, mas o que é fascinante é que a efemeridade está presente intrinsecamente na manifestação do amor.
A tensão existente numa relação amorosa tende ao repouso que é o momento do fim natural de uma união.
Enfim, o amor pode acabar!
Dois seres se encontram e se amam, mas nunca serão “um”, ou seja, não há fusão de dois em um.
Por quê?
O amor existe na ambiguidade, pois cada um é um ser único e não duas metades à procura de seu complemento.
A capacidade de perceber e valorizar o “outro” é condição fundamental para duas pessoas estarem juntas por amor.
Até Vinicius de Moraes (1913-1980), poeta apaixonado, deixou claro em seu “Soneto de Fidelidade” que o “amor seja infinito enquanto dure”.
O sentimento de amor pode se transformar, por diversos motivos, e pode não ser mais suficiente para manter o relacionamento.
Simplesmente assim!
Todo sofrimento relativo ao amor na cultura ocidental está associado à ideia que existe somente um verdadeiro amor possível.
O amor não é bom e nem ruim, é natural na vida!
Morremos um pouco quando acaba o amor, mas temos que aceitar e não devemos insistir em manter uma ilusão, pois gera desarmonia e consequentemente, pode tornar as pessoas envolvidas na relação até doentes.
O amor acaba, às vezes, para existir em si mesmo. Amar a si mesmo como ao próximo, porque no ímpeto de agradar, de não perder, o indivíduo pode se anular. E aí o amor acaba.
Enfim, é muito importante amar a solidão, para depois amar a companhia!
Quando um amor acaba o problema nunca é a gota d’água, é o copo cheio!
Na realidade, o amor nunca acaba de repente.
O amor também acaba, porque todas as coisas acabam. A vida acaba.
Na ambiciosa fantasia da eternidade na relação, o amor também acaba.
Mas recomeça em si mesmo, por qualquer motivo, em qualquer hora, em qualquer lugar.
“As lágrimas são as últimas palavras quando o coração perde a voz.”
Gibran Khalil Gibran (1883 – 1931) foi um célebre escritor libanês.