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Lendo JÓ – desespero e glória. Por Regis Fernandes de Oliveira
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Autores de Q a RDireitoHistória

JÓ – desespero e glória. Por Regis Fernandes de Oliveira

Régis de Oliveira
Ultima atualização: abril 17, 2025 4:27 pm
Por Régis de Oliveira 23 leitura mínima
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trodução e síntese do livro bíblico. Muito já se escreveu sobre a saga de Jó. É, por muitos, considerado a obra-prima da literatura sapiencial bíblica. Ezequiel o chama de justo (Ez., 14-14) que seria livre dos maiores desastres  (14/16). A Bíblia o define como “homem sincero, reto e temente a Deus e que se desviava do mal (Jó, 1-1). Teve dez filhos (1/2) e possuía muitos animais e terras (1/3). 

Podemos estruturar o livro de Jó da seguinte forma: a) introdução; b) diálogo com os três amigos, c) diálogo Deus e Jó e d) conclusão. 

Introdução. Surge um diálogo entre o Senhor e Satanás (1/8). Este faz o desafio de que Jó não era temente a Deus e caso fosse privado da família e dos bens, passaria a blasfemo. O Senhor aceita a disputa e autoriza que sobre Jó recaia tudo de mal. Só “contra ele não estendas a tua mão” (1/12). 

Sobreveio a desgraça sobre Jó. Morreram seus filhos e toda sua riqueza terminou, por obra de Satanás. Jó foi ferido em sua pele, mas continuou crendo. Sua mulher disse-lhe: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (2/9). Jó responde: “receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (2/10). 

Vieram até sua presença três amigos: Elifaz, Bildade e Zofar (2/11). 

 Diálogo com os três amigos. Depois de perder tudo, Jó passa a amaldiçoar-se. Critica o dia em que nasceu, e deveria ser natimorto (3/11) ou ter sido feito aborto (3/16). “Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo” (3/20). Está inconformad No curso de sua maldição, é Elifaz quem fala e o repreende porque sempre ajudou os fracos e lhes deu esperança. Agora está perturbado porque é sobre ele que incidem as desgraças. Afirma que “a ira destrói o louco; e o zelo mata o tolo” (5/2). Elifaz exorta a Jó para que busque o auxílio de Deus (5/8). Sugere que Deus o está punindo por seus pecados. 

Jó responde repelindo o que seu amigo fala. Queixa-se de Deus pelos sofrimentos que está passando. Queixa-se também dos amigos que não são solidários. Jura inocência e não acha justo o que está passando. 

O segundo amigo é Baldade que o recrimina, dizendo que suas penas são provindas dos pecados cometidos. E que “Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores” (8/20). 

Jó elogia Deus e diz: “Ele é sábio de coração, poderoso em forças; quem se endureceu contra ele e teve paz?” (9/4). Pede que Deus o deixe em paz. 

O terceiro amigo é Sofar. Afirma que Deus não o castigou o tanto que merecia. Exorta-o a elevar seu coração a Deus. 

Jó se justifica e entende que não é inferior a seus amigos (13/2) e que se defenderá perante Deus (13/3). Aproveita para fazer sua defesa (13/6). Afirma que ainda que Deus o sacrifique ele o aguardará. Fará sua defesa, porque “se eu falar, a minha dor não cessa; e, calando-me, qual é o meu alívio?” (16/6). 

Afirma que Deus o sacrificou, deixando-o cair em mãos ímpias, o rosto está descorado de chorar (16/16). Os amigos zombam de mim (16/20) e seus olhos se desfazem em lágrimas. Diz que ainda acredita. 

Bildade toma a palavra e acusa Jó de presunção. Diz: “Até quando usareis artifícios em, vez de palavras?” (18/2). Por que rejeita os amigos que são tratados como “imundos a vossos olhos?” (18/3). Diz que não terá filho nem neto entre seu povo (18/19). Esse é o lugar do que não conhece a Deus. 

Jó se queixa dos amigos: “Até quando entristecereis a minha alma e me quebrantareis como palavras?” (19/2). Todos o abandonaram, porque ele já não tem riquezas. Todos dele se afastaram, escravos e família, além dos amigos que o criticam. 

Zofar descreve as calamidades que os ímpios sofrem e que a alegria dos hipócritas dura apenas um momento (20/5). Os injusto não escapa da justiça divina. 

Jó mostra que os ímpios muitas vezes prosperam na vida (21) e Elifaz o acusa de diversos pecados (22) e pede que considere “a vereda do século passado, que pisaram os homens iníquos” (22/15) e exorta Jó a que se arrependa dos atos praticados. 

Jó pondera que gostaria de se apresentar perante Deus e “minha boca encheria de argumentos” (23/4) e saberia utilizar palavras para explicar-se. Bildade o critica e diz “Olha, até a lua não resplandece e as estrelas não são puras aos seus olhos” (25/5). Jó repreende Bildade e sustenta sua integridade e sinceridade e que enquanto houver Deus com ele “não falarão os meus lábios iniquidade, nem a minha língua pronunciará engano” (27/4). 

No versículo 28 Jó fala sobre a sabedoria que é dom de Deus, mas a ciência das coisas da terra é própria dos homens. Depois, Jó se lamenta (29) sobre o que era quando tinha o amparo de Deus e depois quando o perdeu. Era respeitado por jovens, adultos e príncipes. “Eu era o olho do cego e os pés do coxo” (29/15). Depois, caiu em desgraça (30) e foi oprimido por Deus. Conclama sua integridade e o cumprimento dos deveres (31). 

Aparece Eliú que repreende os três amigos e também Jó. Acusa-o de se opor a Deus e entender mal seus caminhos. Prossegue no versículo 34 a crítica a Jó por falar injustamente de Deus. Convida Jó a mudar de atitudes (35) e afirma que Deus não socorre os atingidos pela maldade (35/37). Conclama Jó a aceitar as lições do sofrimento que lhe foi imposto. 

Jó se justifica de novo e pondera sobre seu comportamento que é correto e obediente. Deus, então, responde a Jó. Faz uma série de ponderações perguntando a Jó onde ele se encontrava quando ele fazia tudo para todos (38). No 39/40 a “bronca” continua. Verdadeiro monólogo de Deus. Indaga de Jó se ele sabe quem teria criado tudo. Depois, revela que ele é o vencedor das forças do mal. Fala de behemot (40/15) e sua força (versículos 15-23). 

Jó humilha-se perante Deus e o glorifica (42). Deus manda reunir os amigos de Jó e os critica (42/7-9). Deus deu, então, a Jó “outro tanto em dobro a tudo quando dantes possuía” (42/10). Abençoou-o (42/12). Devolveu-lhe todos os bens e filhos. Jó morreu “velho e farto de dias” (42/17). 

Mensagens. Jó era homem correto e cumpridor de seus deveres. Era abençoado porque possuía muitos bens, amigos, mulher e filhos. Sempre viveu bem. 

Sobrevém um desafio de Deus com Satanás e o primeiro autoriza o segundo a retirar tudo dele para saber que Jó iria amaldiçoar Deus. Só era fiel porque tinha muitos bens e saúde. Os amigos disseram que tudo era fruto de seus pecados e o castigo se impôs. Jó ficou inconformado com seu sofrimento e chega a dizer que era injusta a punição recebida. 

Há um sentimento de vingança divina ou de não reconhecimento das virtudes de quem as pratica. Jó foi escolhido como bode expiatório. Dentre todos, era justo e foi punido. Revolta-se com isso. Sua revolta é legítima. Se alguém leva vida proba, correta, justa, pratica o bem e vem a ser punido por nada, simplesmente por uma desavença divina, a revolta é adequada. Mesmo assim, suporta todas as humilhações, doenças e morte de familiares. Não amaldiçoa o divino, mas revolta-se contra a injustiça da punição. 

O mal aparece na pessoa de Satã. Quem é esse personagem que desafia Deus, logra sua autorização para punir o homem? É a representação do mal. Jó suporta todas as privações que lhe foram impostas, não se conforma com sua situação. Pede justiça e, no final, é atendido. A história termina com bom final. 

A resolva de Jó é justificada porque é humana diante da injustiça. Todos se revoltam diante da dor e da miséria. 

A causa da maldição é apenas humana. É o bouc émissaire (bode expiatório) sobre quem recai punição por causa de conflito divino. Sendo inocente, não se conforma com a injustiça que sobre ele recai. Ele sente-se polarizador do ódio universal. Sobre ele recai toda a injustiça divina. 

Nessa oportunidade é que irá conhecer os verdadeiros amigos. Os que lhe são próximos o recriminam e sustentam ser adequada a punição que sofre. Ressaltam seus pecados. Jó os rebate. Sustenta sua correção e a justiça de toda sua vida e de seus atos. 

Interessante abordagem do livro bíblico foi feita por René Girard (“la route antique des hommes pervers”, ed. Grasset, Paris, 1985). Divide sua abordagem em dois capítulos, o primeiro sobre “Jó vítima de seu povo” e o segundo “Jò ídolo de seu povo”. 

Os amigos criticam Jó por sua avareza. Nenhuma acusação era justificada. A resposta de Jó foi dura e vigorosa. Diz René Girard “falta humildade e os amigos tem razão de se escandalizar” (ob. Cit., pág. 21). “Il ne dit pas qu’il na jamais péché, il dit qu’il n’a rien fait pour mériter sa disgrâce extreme” (21). 

Os diálogos entre os amigos que vieram até Jó e este são bastante ricos, embora fiquem apenas em acusações infundadas. Criticam Jó por sua vida anterior, sem trazer qualquer elemento comprobatório e Jó se defende sustentando apenas que nada fez para merecer tamanhas punições. 

Como é comum nos julgamentos populares e de pessoas próximas Jó é vítima da opinião pública sempre instável, caprichosa e estranha a toda moderação (Gerard, ob. Cit., pág. 25).

O livro começa com uma disputa entre Deus e Satã que busca desconsiderar os ensinamentos divinos e desconsidera a fidelidade dos que nele acredita. O escolhido para sofrer os efeitos do conflito é Jó. Homem bem sucedido é crente fiel. Satã dele retira tudo em bens materiais. Sofre com isso. Vê-se despojado dos bens, da família porque morrem seus filhos e sofre com doenças. Sua vida sofre tremenda reviravolta. De homem rico e bem sucedido, passa a nada ter, perde seus bens e ainda é afetado por males físicos. 

Suporta tudo com paciência. Além disso sofre as críticas dos amigos. O desafio original era de fazer com que Jó renunciasse a Deus ou o amaldiçoasse. Nada disso logra o diabo. 

Ademais, não há um rito para seu castigo, nem um julgamento prévio. As sanções são aplicadas independentemente de qualquer defesa. Nem acusação. Esta acontece no interior do discurso acusatório feito pelos amigos. A punição é aplicada sem que Jó pudesse se justificar. Todo o procedimento acusatório, de liberdade de defesa, produção de provas, nada disso ocorre. Simplesmente há a acusação e a punição. A discussão que se trava entre Jó e seus amigos independe de qualquer dilação probatória. Isso, na modernidade levaria à nulidade do feito. 

Ocorre que os julgamentos bíblicos ou religiosos ocorrem sem muita explicação. O dilúvio ocorreu sem que ninguém pudesse argumentar. O julgamento edênico da mesma forma. Adão ameaçou uma defesa em face da infração a que foi levado por Eva. Mas não houve condescendência. Uma infração, uma punição. Sem mais. No dilúvio a pena para toda a humanidade. Sem possibilidade de defesa. 

A família de Jó igualmente foi punida sem que nada pudesse dizer ou se defender. Sofreram a penalidade por causa de crime (“pecado”) de terceiro. Há justiça nisso? 

Não houve qualquer processo acusatório como se exige no mundo civilizado. Poder-se-á dizer que Deus age certo por vias tortas. Será? Os caminhos tortuosos são sempre tortuosos sem que haja dignidade neles. 

Pode-se dizer que a sanção aplicada a Jó foi para erradicação do mal no mundo. Mas, será que há só um infrator? Quando houve a punição de Lot, solicitou-se que haveria mais gente correta em Sodoma. Sobreveio a afirmação – se houve um só homem correto, não enviaria a punição. E não havia. Ou o juízo era rigoroso demais a ponto de não se considerar comportamentos infracionais menores. Um julgamento assim rigoroso provém de ditatura. Seria Deus um ditador? Alguém que não aceita justificativas ou arrazoados defensivos? 

Jó, em verdade, não é infrator. É vítima e que é julgado por força de seu passado não criminoso. Homem probo e correto de repente torna-se acusado de uma série de impropriedades que não reconhece. Justifica-se a todo instante e seu julgamento não leva em conta as considerações que apresenta. É implacável. Sem contemplação. Simplesmente, não se leva em conta todos os anos de bom caráter, de cuidado com a família, de crescimento patrimonial. Nenhuma circunstância é levada em conta. O julgamento já estava dado, sem que o réu pudesse apresentar justificativa. 

Podia Jó ser condenado? Os amigos entenderam que as sanções e privações eram justas porque ele falhara em seu comportamento. 

Ao final, Deus o perdoa e devolve todos seus bens e família. 

Indaga-se? Fez-se justiça, depois de tanto sofrimento? Houve recuperação integral? Operou-se a restitutio in integrum? Não, positivamente não. Ninguém merece passar pelo que passou Jó. Destituído de tudo, bens e família, criticado pelos amigos e repleto de chagas por todo o corpo, viu-se “indenizado”, mas impossível pensar-se na reparação integral de seus males. Quanto de sofrimento passa alguém que perde seus filhos? 

Ainda que tivesse sido recomposto seu patrimônio, como fazer com o sofrimento passado pela perda de familiares? Qual o dano psicológico remanescente? Teria havido recomposição afetiva? 

De outro lado, todos estavam contra Jó. A começar por Deus que autorizou Satã a exercer seu domínio maléfico, foi julgado prematuramente sem qualquer defesa. Somente ele pode deduzir alguma coisa. Justificou-se mas sem poder apresentar qualquer prova em seu favor. O que poderia fazer depois de perder tudo que possuía? 

Ficou bem demonstrado a fragilidade da amizade. Todos os amigos mais estreitos se voltaram contra ele. Criticaram-no, após terem usufruído de sua hospitalidade e de seus bens. Crueldade. A fragilidade não é o nome da mulher, como quer Shakespeare, a fragilidade aqui é dos amigos, todos homens. Desconfiaram do amigo. Criticaram-no e o expuseram ao ridículo sem condescendência. 

Diz Santo Agostinho que o mal não existe. Nós é que o sentimos. Ora, o mal foi abertamente utilizado contra Jó. Sofreu todas as suas consequências. Na realidade, o justo sofre e o injusto é recompensado. 

Quantas e quantas vezes não se vê alguém sem qualquer caráter, desprovido de qualquer senso de justiça e é bem sucedido na vida. Vive de golpes, de tramoias, de contrabando, de exploração dos outros e tem tudo de bom, dinheiro, mulheres, família e bens, enquanto outro que é correto nada tem. A justiça não advém do comportamento do ser humano. Decorre da deusa Fortuna. Ela é quem decide quem será beneficiado ou não.

Jó quer entendem o mistério do sofrimento do justo. Isso ninguém explica, nem a igreja, nem os sacerdotes, nem a vida teórica ou prática. A injustiça está em todos os lados, não escolhe pessoas nem situações. É randômica. Mesmo os julgamentos sofrem distorções. 

O mistério da compensação do injusto e da punição do justo continua. A igreja não o explica. Quando contestada, tergiversa. Escapa do confronto direto sob a alegação de que ninguém conhece os desígnios de Deus. Mistério. Coisas incompreensíveis. Assim é a religião. Crê-se simplesmente. Credo quia absurdum. Acredito porque é absurdo. É uma contradição enorme que a razão não aceita. 

Quando se questiona sobre os desígnios divinos, a resposta é sempre a mesma, não há explicação, não há lógica, não há como comprovar nada, simplesmente é uma questão de fé. Pode-se concluir que a fé é absurda. 

O que leva alguém a suportar uma injustiça tão grande, nada reclamar e procurar justificativas para acalmar seus sentimentos? A fé? Mas, como se pode acreditar ou venerar alguém que nunca se viu e não se sabe quem é, quem foi e se existe? Esse é o mistério da fé. 

Jó acreditava, suportou tudo estoicamente, buscou justificativa para tudo e prosseguiu crendo na bondade divina. Perdeu tudo e ainda assim nada reclamou. 

Não é uma atitude humana, com certeza. O humano não se conforma, briga, luta, discute quer ver-se atendido racionalmente. Quer compreender as coisas. Por isso é que Prometeu furtou o fogo divino. Por isso é que nos distinguimos dos demais animais. Pelo uso da razão. Mas, se a razão não serve para compreender a religião, então os animais poderiam ser deuses. 

Nem por outro motivo é que Xenófanes de Colofon disse que se os bois, os cavalos e os leões também tivessem mãos e soubessem desenhar, as obras de arte seriam desenhadas em forma representativa de seus corpos. “Cada um desenharia para o seu deus a aparência imitando o andar e o corpo de cada um” (Xenophane, “Les presocratiques, Paris, Gallimard, 1988, pág. 118”). 

Há uma tensão entre o sagrado e o demoníaco. Também um desacerto entre o criticado e a glória. Os momentos da vida são inconstantes. Fugazes. Os ritos sacrificiais são postulados. A multidão é incontrolada. É inconsequente. Os amigos também. Partilham dos sentimentos da multidão, da massa. Tais momentos buscam o irracional. 

Diante de tantas críticas, Jó diversifica sua defesa. Mudam os argumentos acusatórios dos amigos, muda a defesa incondicional. Jó repete Jesus que foi perseguido pelos que o amavam. 

Como decorrência do livro de Jó pode-se questionar a confissão judicial em que o acusado passa por toda uma pressão psicológica. Jó poderia ter confessado para se livrar de seus amigos. De outro lado, também se questiona a denominada delação premiada. Poderia Jó ter utilizado de tal desvio legal para terminar com a pressão em que se encontrava dos amigos e, pois de Satã. Seriam a confissão e a delação decorrentes do questionamento divino que coloca Jó em dificuldades argumentativas? 

Por força da mídia, ídolos e homens respeitáveis são transformados em monstros e maquiadores da fé pública. 

Jó é um exemplo de retidão ou de falsa dignidade? Deus deixa o fiel sofrer bastante para depois vir em seu socorro ou será que toda a vida virtuosa não serve para comprovar a fidelidade? 

O exemplo de Jó não alimenta muitas esperanças de fieis. Ao contrário, quebram-se expectativas de recompensa da vida proba. Os maus são recompensados e os bons não recebem benesses. É a fatuidade da glória humana.  

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