“Entre a ideologia e a representatividade escolheram a ideologia e perderam a
representatividade”
Um órgão sindical deve cingir-se a pugnar pelos interesses profissionais de seus
representados, buscando através dos meios políticos, administrativos e judiciais
com o fito único de alcançar os justos anseios da categoria que representa,
independente da visão ideológica dos seus representantes, eleitos por uma
multiplicidade de credos políticos partidários dos seus representados.
Quando os membros de uma diretoria sindical se submetem aos objetivos
políticos partidários pessoais, maculam os seus votos de isenção ideológica,
prevaricando das suas promessas institucionais perdem o seu caráter
representativo para reduzirem-se a uma militância partidária mesquinha e
discriminatória.
Os sindicatos têm a importante função de defender os interesses legítimos de
seus representados frente as vicissitudes econômicas e institucionais das
funções próprias da classe representada , e essa defesa deve ser feita de maneira
isenta, sem que ideologias políticas partidárias interfiram nas ações e decisões da
entidade. Outrossim, iniciativas fora do contexto das reinvindicações classistas
apenas revelam uma face demagógica de um ativismo ideológico, pois projeta
uma opção doutrinária que está longe de ter a comunhão dos representados.
Quando um sindicato se alinha a uma ideologia ou partido político específico, ele
perde a sua capacidade de representar de maneira equânime todos os seus
membros. O risco evidente é que, ao priorizar objetivos políticos, as ligações entre
a diretoria e a base sindical se tornem diluídas, levando a uma desconsideração
das demandas reais dos representados. Isso pode gerar um descontentamento
generalizado e uma sensação de alienação entre os membros do sindicato, que
sentem que suas vozes não estão sendo ouvidas, sendo tratados apenas como
massa de manobra para o alcance de fins espúrios.
Além disso, a busca pela militância partidária em detrimento das necessidades
profissionais enfraquece a credibilidade do sindicato e mina a confiança que seus
representados depositam nele. É fundamental que os sindicalistas reexaminem o
seu papel e as suas prioridades, reafirmando o seu compromisso com a
representação justa e equilibrada dos interesses de todos os seus associados,
independentemente de suas crenças políticas pessoais.
Nesse sentido, a reflexão propondo a separação entre a militância ideológica e a
representatividade necessária deve ser um ponto de partida para um debate mais
amplo sobre a efetividade e a credibilidade da organização sindical na atualidade.
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