Começo lembrando que o presidente Luiz Inácio não consegue se afastar dos “nós”, a começar por este pronome pessoal, que se contrapõe ao pronome “eles”, usado pelo PT para delimitar os territórios entre bons e maus, habitantes do céu e os do inferno. Vez ou outra, mesmo policiado por marqueteiros, que devem aconselhá-lo a não fazer mais esta inflexão, Lula esquece o país de 2025, resgata os idos de ontem, para cair nas valas que separam dois Brasis, esse refrão petista do “nós e eles”.
Não consegue também livrar-se dos “nós”, o entrelaçamento de cordas e cordões, cujas extremidades passam uma pela outra, apertando-se. Tentarei detalhar esse aperto com a ajuda do ex-ministro de Salvador Allende, Carlos Matus, autor da teoria conhecida como PES – Planejamento Estratégico Situacional. Para melhor entendimento, a PES difere do planejamento tradicional, ao tentar explicar a realidade e formular planos de governo.
Explica Matus: a ação global de um governo resulta da análise de três balanços ou, nos termos que prefiro usar, de três “nós”: a gestão política, a gestão macroeconômica e o intercâmbio de problemas específicos. No meio do mandato, o governo Lula III merece se submeter a um exame para avaliar os três “nós”.
Direto à pergunta: qual o balanço do Lula III no início desse terceiro ano de