A prevalecer o viés ideológico sobre a razoabilidade técnica, as nomeações de
Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central – BC, e a titularidade de
Márcio Pochmann no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em
médio prazo, podem transformar o perfil financeiro do Brasil em um desastre sem
precedentes, levando o país ao caos econômico e ao empobrecimento da sua
população.
O crescente endividamento do governo federal brasileiro devido a fatores, como a
não geração de superávits primários, o aumento dos juros e as emissões de dívida
pelo Tesouro Nacional acaba por gerar um ciclo reiterado de crise fiscal. Assim,
para financiar a dívida pública o Banco Central compra títulos da dívida do
governo principalmente utilizando recursos da conta do Tesouro Nacional, que é a
conta única do governo federal. Essa operação é geralmente feita no contexto de
políticas monetárias e de mercado, com o objetivo de controlar a oferta de
dinheiro na economia, influenciar as taxas de juros e assegurar a liquidez do
sistema financeiro.
Essas compras podem ocorrer em operações no mercado secundário, onde o
Banco Central adquire títulos já emitidos, ou em operações de mercado aberto,
onde títulos são adquiridos diretamente de instituições financeiras. O Banco
Central também pode usar as reservas internacionais e outras operações
financeiras para realizar essas compras, dependendo da situação econômica e
das estratégias adotadas.
A compra incontida de títulos da dívida do governo federal pelo Banco Central
para financiar o déficit fiscal gera um aumento da inflação e desvalorizar a moeda.
Quando o Banco Central adquire títulos da dívida, ele está essencialmente
injetando mais dinheiro na economia. Este aumento na quantidade de dinheiro
em circulação pode levar a um crescimento na demanda agregada, o que, se a
oferta de bens e serviços não acompanhar, resulta em pressões inflacionárias. Em
outras palavras, mais dinheiro circulando na economia pode fazer com que os
preços subam, especialmente se a produção não aumentar na mesma proporção.
Além disso, essa prática pode ter implicações para a confiança na moeda. Se os
agentes econômicos acreditarem que o governo está utilizando o Banco Central
como um meio de financiar seus déficits de forma irresponsável, isso leva a uma
perda de confiança na moeda. A desconfiança pode se traduzir em uma fuga de
capitais e uma procura por outras moedas ou ativos, resultando na desvalorização
da moeda local.
Estamos assistindo ao início deste fenômeno catastrófico, com reiterada
desvalorização do Real e o gradativo aumento da inflação. Portanto, a tomada de
ações responsáveis pelo BC e IBGE são estratégicas para a estabilização da
economia, qualquer artificialidade na conduta institucional destas instituições
pode, sem sombra de dúvida, determinar a ação evasiva dos detentores de
capital, provocando o desinvestimentos produtivos no país , e no âmbito geral, a
fuga desenfreada de capitais
Os sinais de tempestades. Por Foch Simão
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