Nas eleições a prefeito de São Paulo de 2020, o Datafolha, entre o primeiro e segundo turnos, apontou Bruno Covas 54% e Boulos, 46%. O resultado final foi Bruno Covas 60%, Boulos 40% em votos válidos.
Ou seja: a situação de Boulos era melhor, então, do que a que mostrou o Datafolha de ontem, ele com 33% e Nunes, 55%. Algo como dois milhões de votos a menos em nove milhões de eleitores. É a maior diferença entre o primeiro e o segundo colocado em 24 anos.
A composição do eleitorado paulistano mudou.
Desde 1992, dividia-se em tucanos (um terço), petistas (um terço) e o outro terço oscilava ora para tucanos, ora para petistas.
O resultado do primeiro turno revelou um quadro diferente. Somados, os votos de Nunes mais Marçal bateram nos 60%, ou seja, 30% de votos tucanos e 30% de bolsonaristas. E Boulos também teve 30%, o teto do PT.
Por isso, no segundo turno, Boulos, que detém apenas os votos petistas (mas não todos), enfrenta dois adversários: tucanos e bolsonaristas.
Nem tucanos nem bolsonaristas costumam votar em petistas, quanto mais em candidatos do PSOL.
A rejeição de Boulos chegou a 58% porque à sua rejeição do primeiro turno somou-se a rejeição de Marçal, que não está no segundo turno.
Boulos herdou a rejeição de Marçal, mas não os votos, que, segundo o Datafolha, migraram 89% para Nunes.
A coligação de Nunes elegeu 36 vereadores; a de Boulos, 16.
Os números não têm ideologia, nem cor partidária.
São apenas números.
Boulos tem dois adversários no segundo turno. Por Alex Solnik
Jornalista
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