No dia 27, 9,32 milhões de eleitores decidirão o destino de São Paulo. Estará em jogo o futuro desta capital, com 11,5 milhões de habitantes, distribuídos em 1.521,11 km2, dos quais 949,611 mil constituem a mais extensa área urbana do Brasil.
São Paulo é desafiador para qualquer prefeito. Do gabinete no Viaduto do Chá, comanda 32 subprefeituras, 86 distritos, e exército de servidores, composto por 122.5 mil concursados, 112 mil ocupantes de cargos em comissão, milhares de terceirizados para coleta de lixo, poda de árvores, limpeza de bueiros, reparação de ruas e de redes de energia elétrica.
Capela do Socorro tem 561.071 habitantes. A seguir vem Campo Limpo, com 508.607. Em terceiro lugar a Vila Prudente, em quarto a Penha, com 480.823 e 472.247 mil paulistanos, respectivamente.
São 19.400 km. de ruas e avenidas, que se prolongam por quase 20 mil quilômetros. No espaço urbano existem 400 mil árvores, além das encontradas em propriedades particulares. A rede elétrica se estende por 44 mil km. Pontos de iluminação pública (postes) são 400 mil.
Na cidade temos 1,7 mil favelas com 450 mil favelados. Vivem sob as piores condições em 400 mil barracos (segundo o IBGE, 500 mil). São encontradas na Zona Sul, mas, também, nas zonas Norte, Leste, Oeste e Central. Algumas no Morumbi, Vila Mariana, Planalto Paulista, Brooklin, Vila Madalena, Real Parque. O processo de favelização se iniciou na década de 1940. Acelerou-se nos anos seguintes com a chegada de migrantes vindos à procura de trabalho. Acredita-se que moradores de rua e da cracolândia sejam mais de 80 mil (fonte Wikipédia).
Alguns dos grandes problemas resultam da falta de prefeitos preocupados com o futuro. Os últimos foram Prestes Maia, Adhemar de Barros, Brigadeiro Faria Lima, Figueiredo Ferraz. Planejaram grandes obras, mas não deixaram sucessores.
O Município encara desafios como a poluição do ar, dos rios Tietê e Pinheiros, de córregos e riachos; a precariedade do abastecimento de água; falta de saneamento básico; alagamentos nas estações chuvosas; congestionamentos de trânsito; poucas linhas de Metrô; carência do sistema de saúde para quem não pode pagar bons hospitais; déficit de dezenas de milhares de moradias; construção anárquica de enormes edifícios; insegurança pública; delinquência juvenil, expansão do tráfico de drogas e do número de drogados.
A divisão da metrópole em municípios menores é assunto ignorado. Quando aflora, passa a ser combatido com o falso argumento da falta de orçamento. Ao invés de 32 subprefeitos, despidos de independência e de legitimidade, teríamos vários prefeitos, com as respectivas Câmaras de Vereadores.
No dia 27 o eleitorado decidirá entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Ambos deixam de corresponder à imagem do prefeito ideal para esta megalópole, onde em cada subprefeitura, distrito, quarteirão, rua ou esquina, são encontrados problemas urgentes à espera de solução. Boulos pretende ser visto como moderado. Mentira. Se o fosse seria candidato por partido de centro, não pela dobradinha radical, PSOL-PT.
De qualquer modo, o cidadão deve comparecer para exercer o direito cívico de votar no candidato de preferência. Não tenho motivos para fazer segredo. Votarei em Ricardo Nunes.
Fui deputado estadual pelo MDM entre 1974 e 1986. Em meu último mandato afastei-me para ser Secretário do Trabalho do Governador Franco Montoro, e Ministro do Trabalho, escolhido pelo presidente Tancredo Neves. Com a sua doença e morte, servi com eficiência o presidente José Sarney, que me indicou para integrar o Tribunal Superior do Trabalho. Após 12 anos de judicatura, me aposentei.
São Paulo não pode ser entregue a Guilherme Boulos, despreparado para gerir orçamento da ordem de R$ 111,8 bilhões, em 2025, ou algo em toro de R$ 500 bilhões, em quatro anos de mandato.
Será muita responsabilidade nas mãos de alguém cujo única aptidão, antes de ser deputado, consistia em invadir propriedades públicas e privadas.
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Advogado.