Investigadores do 10º Distrito Policial de São Paulo, do bairro da Penha, zona leste da cidade, estão apurando a relação do delator assassinado Vinicius Griszbach com a Construtora Porte, uma das maiores empresas do ramo, especializada em edifícios de alto padrão no bairro Anália Franco, na Região do Tatuapé.
A polícia já tem em seu poder servidores e HDs apreendidos na construtora Porte com o registro de venda de todos os apartamentos de todas as edificações realizadas por essa empresa. Muitas unidades foram comercializadas pelo delator Vinicius Gritzbach para pessoas que não queriam ser identificadas e estão em nome de laranjas. Todos esses proprietários serão chamados para depor.
No inquérito policial já havia suspeita da participação da Porte com Gritzbach na compra e venda de apartamentos com pagamentos “por fora” e “em espécie”. Parte desse dinheiro ficava com a construtora Porte – cerca de 50% a 60% – e o restante a Porte pedia para os novos proprietários pagarem diretamente a seus fornecedores de material de construção e acabamento.
As provas que determinaram o pedido de busca e apreensão na Porte começaram quando a Polícia apreendeu um caminhão da Transportadora Rawa, da Bahia, carregado de roupas de lojas do bairro do Brás, para serem revendidas em Salvador e outras cidade baianas. No meio dessas mercadorias os policiais encontraram três quilos de cocaína.
Nas investigações realizadas por policiais do 10º DP, um depósito suspeito da Transportadora Rawa no valor de R$ 300 mil foi registrado na conta de um simples funcionário que trabalhava para o comerciante Aristeu Braz da Veiga Junior. Esse depósito suspeito desvendou uma sociedade e vários negócios entre Aristeu, Gritzbach e o industrial Marco Aurélio Gonçalves Sanches.
O primeiro elo entre os três foi a sociedade na compra de um helicóptero de prefixo PP-MEG, Modelo EC-135 P1, que fica num hangar do Campo de Marte. Pertence a esse trio ainda duas farmácias, uma em nome da mulher de Aristeu, Angélica Piccolo de Faria e a outra de propriedade de Gritzbach. Marco Aurélio possui uma Indústria Química, a Beira Alta Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda, de Guarulhos.
Segundo a Polícia as farmácias e a indústria química podem ter servido para um esquema de compra de acetona. As investigações estão apurando que caminho seria percorrido por esse produto já que há fortes indícios do uso dessa acetona para produção de cocaína. O Brasil é um dos países em que ocorre o maior trânsito mundial de éter e acetona, substâncias empregadas para o refino de pasta de cocaína.
Entre os documentos apreendidos pela Polícia está o contrato de compra do apartamento de Aristeu da Veiga e de sua esposa Angelica de Faria com a construtora Porte, no Edifício Saint Claire. O valor do sinal foi de R$ 4.444.305,00e o preço total do imóvel foi de R$ 7.044.000,00. Porém, a escritura, conforme matrícula de nº 219.454, datada de 31/08/2022, registra o valor de venda total de apenas R$ 4.500.000,00. Segundo a Polícia um caso clássico de lavagem de dinheiro.
Além dessa escritura do apartamento registrada com subfaturamento de Aristeu da Veiga, nas análises do Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF – os policiais estão apurando uma remessa de valores de Maria Brazilina Picolo, sogra de Aristeu da Veiga, para Vinicius Griztbach.
Os policiais garantem ainda que serão analisados os documentos da compra do apartamento da Porte, por Vinicius Gritzbach e por Marco Aurélio Gonçalves Sanches, ambos proprietários de unidades no Saint Claire, onde vive o sócio deles, Aristeu da Veiga.
Com a suspeita de compra de unidades habitacionais da Construtora Porte “por fora e em espécie” e com escrituras registradas abaixo do valor real as investigações vão se estender a todos os apartamentos da Construtora Porte que apresentarem suspeitas de subfaturamento. Neste caso seus proprietários serão chamados para apresentarem as escrituras de compra e venda de seus imóveis.
Esse é mais um capítulo na vida de Vinicius Griszbach e com tudo o que está sendo apurado sobre a vida e as relações comerciais e societárias de Griszbach, ele não pode ser chamado de empresário, como alguns veículos de comunicação o chamam. Na verdade, ele é um delinquente bazófio e bufão que até o dia que foi executado no Aeroporto de Guarulhos só cometeu delitos
