Diz o antigo jargão popular, que “prevenir é melhor que remediar”. Não é inteligente ir ao dentista só depois que o dente estiver doendo. Muita gente só começa a cuidar da saúde depois do enfarte ou deixa de fumar só após ser diagnosticado com suspeita de câncer. Países desenvolvidos e que ofertam boa qualidade de vida aos cidadãos, investem em ações proativas, impedindo, assim, o surgimento de problemas e dificuldades. Já no Brasil, temos a cultura do reativismo. Geralmente, troca-se a fechadura ou instala-se alarme e câmeras de segurança depois que a porta foi arrombada. A polícia da cidade de Birmingham, 180 quilômetros ao norte de Londres, teve ideia inovadora para conter algazarras, brigas e acidentes de trânsito provocados pelo exagero na ingestão de bebida alcoólica. O xerife fez reunião com os 40 principais bares da região e apresentou a seguinte proposta: o cliente, ao chegar no estabelecimento, deverá passar pelo teste do bafômetro. Se já tiver bebido o dobro do limite de álcool permitido para dirigir, será proibido de entrar. A polícia mostrou estudos que apontavam que muitas pessoas, para economizar dinheiro, bebiam em casa e depois seguiam para casas noturnas. De acordo com a mesma pesquisa, o principal objetivo dessas pessoas não é se divertir e sim encher a cara. No Brasil, essa prática é conhecida por “esquenta”; jovens, para se embriagarem a baixo custo, procuram botecos, vendedores ambulantes ilegais ou compram bebida alcoólica em lojas, antes de irem à balada. Os comerciantes de Birmingham foram solidários à proposta da polícia e toparam participar. Logo no início da implantação, os resultados já se mostraram satisfatórios. Na Inglaterra, devido às campanhas prevencionistas, a maior queda no consumo de álcool acontece junto aos jovens. O número de pessoas com menos de 25 anos que optou por total abstinência, cresceu 40% em oito anos. Uma constatação interessante e positiva, é que a nova geração de britânicos tem tendência a ser mais prudente. Quer diversão sem abraçar a calçada.