Falar em amores que machucam, incluem atitudes de quem pensa amar e de seu objeto de amor.
Digo “de quem pensa amar”, porque no amor verdadeiro não cabe a dor. Agressividade, não deve fazer parte da rotina de um casal.
Faço questão de destacar que não só a violência física é agressão. O constrangimento, a violência moral e verbal, o desrespeito, também são formas de agressão e provocam grande sofrimento.
Nunca permita que qualquer tipo de agressão faça parte de sua vida. Nunca permita que se repita.
Muitas pessoas relevam a agressividade, pensando que são fatos isolados ou que conseguirão reverter o padrão de comportamento de seu agressor. Isso é um terrível engano.
Ignorar uma pequena agressão, dá ao agressor a sensação de que pode ir além nesse processo que é gradativo, indo de um leve xingamento, à agressão física e, muitas vezes, à morte.
O agredido vai perdoando cada agressão, em nome de um sentimento doentio, que ele julga ser amor, e o agressor se vangloria com o sentimento de poder.
Muitas vezes, o agredido se ilude com a sensação de que seu agressor o ama demais, e por isso, tenta ter o controle de sua vida. Então, em nome dessa falsa perspectiva, acaba por perdoar seu algoz.
Geralmente, após a violência, vem o momento conhecido como “lua de mel”, onde o agressor agrada sua vítima e jura que jamais a machucará novamente. E, claro, o processo se repete. Assim, cria-se um ciclo doentio.
Não há amor de qualquer lado, em uma relação dessa natureza.
Não raro, o agressor consegue fazer a vítima sentir-se culpada por esse ciclo, como se tivesse provocado a situação.
Certa vez, na faculdade, ouvi em uma palestra de uma delegada, que grande parte das queixas de agressão são retiradas pela própria vítima, que se culpa por ter “provocado demais” seu agressor, levando-o a cometer atos de violência. Isso é inadmissível.
Sempre importante lembrar de que não há justificativa para uma agressão, seja física, moral ou verbal.
Caso se identifique com o que acabou de ler, busque ajuda terapêutica para libertar-se dessa visão distorcida de relacionamento, em que parece ser impossível viver sem o agressor, por julgar “amá-lo demais”. Esse apoio será fundamental para criar coragem de modificar sua vida.