O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado nesta quinta, dia 3, não deve alterar as intenções de voto dos eleitores. Os temas discutidos foram basicamente os mesmos dos confrontos anteriores. Não houve novidades também em relação aos assuntos mostrados nas propagandas gratuitas de rádio e televisão.
Os participantes reduziram o clima beligerante dos últimos embates, buscando conquistar aqueles que se mostravam resistentes às trocas agressivas de acusações. Houve poucos ataques pessoais, mas ninguém se aprofundou no conteúdo.
Marçal leva vantagem
Quem pode ter levado alguma vantagem foi Pablo Marçal. Sem tempo de rádio e televisão e com a perda de suas redes sociais por determinação da Justiça Eleitoral, muitas pessoas não o conheciam. Articulado e com boa presença diante das câmeras, ele pode ter impressionado os eleitores que o viram pela primeira vez, devido à grande audiência da emissora
As pesquisas são contraditórias. Se algumas estiverem certas, outras estão erradas. Enquanto o DataFolha aponta empate técnico entre os três primeiros candidatos: Boulos 26%, Marçal e Nunes com 24% cada; o Instituto Veritás mostra resultado muito distinto: Marçal está com 35,7%, Boulos 27,4% e Nunes 21,4%. Ou seja, alguém vai passar vergonha no domingo.
Mudando o discurso
O próprio DataFolha já mudou um pouco o discurso. A Folha de S. P. trouxe como manchete principal: “Influenciador mantém curva ascendente, cenário é de empate técnico a três dias do 1° turno’. Para uma possível disputa no segundo turno, a mesma pesquisa mostra Boulos com 48% e Marçal com 36%. Em outro cenário, Nunes aparece com 52% e Boulos com 37%.
Por mais credibilidade que tenham esses institutos de pesquisa, não dá para confiar. Quem errar vai justificar dizendo que era apenas uma fotografia do momento e que as intenções de voto se modificam rapidamente. A maioria tem errado muito, portanto, acredite quem quiser. Eu, já escaldado nas últimas eleições, só bato o martelo depois de ver as urnas apuradas.
Uma boa desculpa
Se as pesquisas anteriores que apontavam Marçal na rabeira dos três primeiros colocados estavam certas, significa que o debate da Globo influenciou bastante os votos. Duvido que isso tenha acontecido, mas não deixa de ser um bom argumento para os institutos que, mais uma vez, mostraram números equivocados. Sei!
Domingo à noite saberemos. E será interessante observar o contorcionismo desses que divulgaram as pesquisas com resultados tão conflitantes. O pior é que logo teremos novas eleições e essa turma, para manter a tradição, vai errar de novo.