Nosso corpo não pode regenerar o esmalte dentário danificado, mas os cientistas descobriram uma maneira de mudar isso artificialmente.
De acordo com um estudo publicado na revista Célula de Desenvolvimento, Cientistas americanos conseguiram criar mini-dentes em laboratório, que secretam proteínas que contribuem para a formação do esmalte dentário. Este pode ser o primeiro passo para a produção de “obturações vivas” que irão fechar buracos de cárie. Também pode levar a substituições de dentes sendo cultivadas em laboratório.
O tecido mais duro do corpo humano é o esmalte dentário, que ajuda os dentes a suportar o estresse da mastigação. Com o tempo, em muitas pessoas, o esmalte dentário é danificado pela ação dos ácidos da placa bacteriana, o que leva ao aparecimento das cáries dentária, que necessitam serem restauradas com materiais dentários. Às vezes, o dano é tão grave que o dente precisa ser extraído. Isso se deve ao fato de nosso corpo não conseguir restaurar o esmalte dos dentes de maneira natural.
Como parte de um novo estudo que visa estudar formas de restaurar o esmalte dentário, os cientistas estudaram como ocorre naturalmente o processo de sua formação. Células nos dentes chamadas ameloblastos são responsáveis por isso. Eles produzem esmalte dentário durante o desenvolvimento dos dentes, mas morrem após o término do trabalho.
Os cientistas usaram uma técnica chamada sequenciamento de RNA com indexação combinatória de células individuais, que destaca a ativação de genes ao longo do desenvolvimento celular. Por meio do estudo, os cientistas conseguiram criar um modelo de como os ameloblastos se formam a partir de células-tronco. Eles então, forçaram as células-tronco humanas a se tornarem ameloblastos usando uma sequência específica de ativação de genes. As células se organizaram em organelas, estruturas semelhantes às que se formam nos dentes. Eles isolaram três proteínas-chave: ameloblastina, amelogenina e esmaltina. Essas proteínas criaram uma solução que se transformou em um tecido semelhante ao esmalte do dente.
Os autores do estudo dizem que os resultados de seu trabalho são um passo importante para a criação de tratamentos odontológicos baseados em células-tronco para sua posterior restauração. Também abre a possibilidade de crescer novos dentes em laboratório usando um novo método.
Os cientistas acreditam que é possível criar “obturações vivas” a partir de ameloblastos, que podem ser colocados na cavidade de um dente danificado e, assim, um novo esmalte será criado.
Para que este processo possa um dia ser efetivado é necessário ter sido feita a coleta, a multiplicação e o armazenamento das células tronco por um centro de criogênia. O cordão umbilical na hora do nascimento e os dentes decíduos (de leite) na hora da sua substituição pelos dentes permanentes, são fontes de células tronco, que podem ser colhidas para uma futura utilização neste tipo de trabalho e para inúmeros problemas de saúde de ordem geral. Segundo resolução governamental em 16 de dezembro de 2010, ficou aprovado o processamento e armazenamento de células tronco no Brasil. Hoje contamos com inúmeros Centros de Criogênia no nosso país, sendo referência na cidade de São Paulo o Centro de Criogênia Brasil.
Aonio Genicolo Vieira
Acompanhando sempre essas tecnologias, são verdadeiros aprendizados, o que agradecemos.