O Big Brother Brasil 24 trouxe uma diversidade de participantes que representam diversas culturas das regiões do nosso país e trajetórias de vida. Ao relacionar essas “personagens” com uma cultura organizacional que preza, por exemplo, por valores essenciais como ética e transparência, respeito às diferenças, atitude colaborativa, valorização das pessoas, inovação e aperfeiçoamento, podemos trazer diferentes análises e reflexões para o ambiente corporativo.
Pensando na temática de forma macro, tanto na cultura organizacional quanto nos reality shows, a dinâmica de grupo desempenha um papel crucial. As relações entre colegas de trabalho em uma empresa refletem os laços formados entre os participantes de um reality show. Ambientes competitivos, colaborativos ou conflituosos podem surgir em ambos os casos.
Os conflitos, de forma respeitosa, podem surgir pelas diferenças de opinião, competição por recursos limitados ou simplesmente de personalidades conflitantes. Da mesma forma, alianças são formadas para alcançar objetivos comuns ou para cooperar para um ambiente de trabalho saudável e poder transformar as pressões do dia-a-dia em oportunidades de aprendizado. As estratégias das alianças são saudáveis, mas precisam ser amigáveis, em que as pessoas consigam estar felizes para atingir os resultados individuais e, consequentemente, as metas estratégicas.
Quanto às normas e expectativas, podemos considerar, por exemplo, uma analogia ao Código de Conduta e à descrição do seu cargo: estabelecem regras que os participantes devem seguir, assim como atitudes e resultados esperados. Desvios dessas normas podem trazer alertas para ajuste da rota, seja na forma de repreensão (perda de estalecas, no BBB) e na empresa, feedbacks contínuos com dados e fatos imediatos para correções necessárias e, caso tenham recorrências dos comportamentos inadequados, a eliminação do programa (paredão no BBB) e da empresa possíveis advertências e/ou desligamento.
Na empresa, assim como no Big Brother, outros pontos importantes são a diversidade, a equidade e a inclusão. Cada participante traz consigo uma bagagem única, trazendo perspectivas e habilidades específicas, o que pode ser comparado à diversidade de talentos e experiências presentes em uma equipe corporativa. Valorizar e respeitar essas diferenças é essencial para o sucesso e a harmonia dentro do ambiente de trabalho.
A atitude colaborativa, tão necessária em um ambiente de trabalho, pode ser exemplificada pela necessidade de cooperação e interação entre os participantes do Big Brother para o bem coletivo e para a resolução de desafios quando as provas são em equipe, por exemplo. A inovação e o aperfeiçoamento constante, pilares de uma cultura organizacional de sucesso, também se refletem na capacidade dos participantes de se adaptarem, evoluírem e se destacarem dentro do programa.
Os valores de ética e transparência, tão prezados nas organizações, também são apresentados à prova no Big Brother, em que a honestidade e a integridade são aspectos cruciais para a construção de relações, para a gestão de conflitos e, também, para as pessoas que estão fora se identificarem e se tornarem até seguidores de suas plataformas digitais. É interessante que no jogo, as pessoas gostam de ver discórdia e “puxadas de tapete”, mas fora dele, o que o público – em geral – preza e enaltece, são pessoas que têm esses valores de ética, caráter, honestidade e integridade. Da mesma forma, as empresas prezam e buscam funcionários que estejam alinhados a este perfil.
Na valorização das pessoas, seja apoiando méritos individuais ou o crescimento e desenvolvimento de cada indivíduo, é fundamental tanto no contexto da realidade quanto no ambiente de trabalho. Frases capacitistas e preconceituosas já não são mais aceitas pela população e algumas empresas investem no letramento e treinamento do seu time nestas temáticas relacionadas às questões raciais, liderança inclusiva, equidade de gênero, xenofobia, capacitismo, protagonismo das pessoas com deficiências incluindo a Deficiência Intelectual, o Transtorno do Espectro Autismo (TEA), Doenças Raras e síndrome de Down, assuntos em que o Instituto Jô Clemente (IJC) é referência, adicionando a Inclusão Social (profissional e educacional), a Defesa e Garantia de Direitos e as pesquisas para disseminarmos conhecimento.
Os momentos, por exemplo, em que o cozinheiro Maycon comentou sobre apelidar a prótese do atleta paralímpico Vinícius Rodrigues de “cotinho” – termo originado da palavra “coto”, usado para se referir à parte restante de um membro amputado e também a Fernanda, mãe de uma criança com autismo, que atacou a outra competidora dizendo “Dodói. Está faltando um cromossomo ali”, fazendo alusão negativa à síndrome de Down causaram revolta, desconforto e indignação por uma boa parte das pessoas que tem o conhecimento sobre os assuntos que foram ironizados: deficiência física e síndrome de Down.
Nesta edição do BBB 24, a questão racial também foi pauta de sites e páginas relacionadas à Diversidade, Equidade e Inclusão. Recentemente, a ex-participante Fernanda teve falas e atitudes envolvidas aos termos racistas e xenofóbicos: “O que tem na Bahia de bom? ” e “Vai arrumar um emprego de segurança num prédio” referindo-se ao participante Davi, homem negro e nordestino. Declarações como essas, sejam na empresa ou no programa, não são mais permitidas na sociedade.
Portanto, ao observar os participantes do Big Brother Brasil 24 e refletir sobre a intersecção de suas dinâmicas com a cultura organizacional, fica evidente que tanto no jogo quanto na empresa, a diversidade, a ética, o respeito, a colaboração, a inovação e o cuidado com as pessoas são pilares essenciais para o sucesso e a coesão do grupo. Que tal priorizar informação, esclarecimento (letramento), espírito de união, respeito às diferenças, ética, empatia e colaboração ao seu próprio ambiente de trabalho?
Todos agradecem, valorizam e enaltecem.