Sempre sou surpreendido, quando falo e comento nas redes sociais e nos debates que participo, sobre os tempos sombrios e de resistência na luta pelas liberdades democráticas contra a ditadura militar de 1964, pela contumaz negação da existência daquele regime de exceção e de repressão por grande número de brasileiros, em especial, os mais jovens. A maioria, é verdade, ideologicamente admiradora da ditadura, mas também são numerosos os que desconhecem a história e se mostram com um acentuado grau de alienação política.
Dai vem a ideia de que – quem sabe – ao invés de imaginar um dialogo impossível com os que negam a realidade da ditadura militar no Brasil e seus crimes, tentar apresentar umas poucas leituras que possam fazer superar a alienação de que nunca houve um tal terrível retrocesso civilizatório entre nos.
Aqui estão algumas obras relevantes:
“Infância Roubada” – este livro reúne histórias de famílias afetadas pela ditadura, com foco nas crianças filhas de militantes perseguidos ou mortos.
“Bagulhão“: A Voz dos Presos Políticos Contra os Torturadores – a obra reproduz a carta enviada por presos políticos à OAB em 1975, denunciando o sistema de repressão do regime militar e nominando os responsáveis e torturadores.
Dossiê Ditadura: Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil (1964-1985) – este livro documenta casos de mortes e desaparecimentos políticos ocorridos durante o período da ditadura militar no Brasil.
As comissões da verdade e os arquivos da ditadura militar brasileira – a obra explora o contexto histórico-legal das comissões da verdade no Brasil e no mundo, reconstruindo as estratégias e ações das comissões brasileiras para o esclarecimento dos crimes da ditadura.
No Brasil, foram estabelecidas várias comissões da verdade para investigar as violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar. As principais incluem:
Comissão Nacional da Verdade (CNV): Instituída em 2012, investigou violações de 1946 a 1988, com foco no período da ditadura militar.
Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP): Criada em 1995, investigou casos de mortes e desaparecimentos políticos que somam mais de duzentos presos entre homens, mulheres e crianças, durante a ditadura.
Comissão de Anistia: Estabelecida em 2002, analisou pedidos de reparação de perseguidos políticos do regime militar.
São milhares de livros, documentos, relatórios, filmes e centenas de museus históricos Brasil afora que não nos permite esquecer desse tempo tenebroso da nossa História.