Reumatologista explica que terapias recentes proporcionam maior qualidade de vida e apontam para um futuro de tratamentos personalizados
apontam para um futuro de tratamentos personalizados
Mais de 15 milhões de pessoas sofrem com doenças reumáticas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Uma das mais conhecidas é a artrite reumatoide, responsável por dores e inchaços nas articulações, especialmente nas mãos. O avanço no que diz respeito ao tratamento e ao controle dos sintomas pode garantir melhoria da qualidade de vida a quem enfrenta essa patologia.
A introdução de inibidores das enzimas Janus Quinase (JAK), medicamentos orais que agem nas vias de inflamação dentro das células e permitem um manejo direcionado da artrite reumatoide, é um alento. “Esses inibidores representam uma grande evolução, pois oferecem aos pacientes um tratamento eficaz e prático, que amplia as possibilidades de controle da doença”, afirma o Dr. Fábio Jennings, reumatologista e coordenador da Comissão de Mídias da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR).
A história do tratamento da artrite reumatoide inclui, além dos medicamentos convencionais como metotrexato e sulfassalazina, os chamados biológicos, anticorpos criados em laboratório para combater moléculas inflamatórias específicas. Introduzidos no final dos anos 90, esses tratamentos biológicos mudaram o cenário para muitos pacientes, oferecendo uma alternativa de alta eficácia para casos que antes não respondiam aos tratamentos tradicionais. Entre os biológicos mais usados estão Infliximabe, Etanercept e Adalimumabe, que agem diretamente sobre o Fator de Necrose Tumoral (TNF), molécula central no processo inflamatório. “Com os biológicos, os pacientes conseguiram, em grande parte, uma qualidade de vida que antes era difícil de imaginar”, explica o Dr. Jennings.
Apesar dos avanços na terapia medicamentosa, o médico ressalta que os cuidados não se restringem aos medicamentos. Reabilitação física, prática regular de exercícios, alimentação balanceada e evitar o tabagismo também são indicados. “Esses fatores têm um impacto substancial nos sintomas e são comprovadamente eficazes no controle da inflamação e na melhoria da funcionalidade dos pacientes”, comenta Jennings.
Com a evolução das pesquisas, a expectativa agora recai sobre a medicina de precisão. Por meio da análise de dados genéticos e perfis específicos dos pacientes, a medicina personalizada promete criar tratamentos ainda mais ajustados para as necessidades individuais. “A ideia é proporcionar um controle completo e individualizado da artrite reumatoide e de outras doenças autoimunes, permitindo que cada paciente tenha a melhor resposta possível ao tratamento”, acrescenta o doutor.
Com as novas perspectivas, especialistas esperam que a artrite reumatoide deixe de ser uma condição “tão debilitante”, abrindo caminho para uma era de tratamentos cada vez mais eficazes.
Os sintomas da doença costumam afetar ambos os lados do corpo, como as articulações das mãos, punhos, joelhos e pés. Um dos sinais característicos da doença é a rigidez matinal nas articulações, que pode durar de 30 minutos a algumas horas e tende a melhorar ao longo do dia com a movimentação. Além das articulações, a artrite reumatoide pode afetar outras partes do corpo, causando fadiga, febre baixa, perda de apetite e até complicações em órgãos como pulmões, pele e olhos em estágios mais avançados.
É por isso que esses avanços no tratamento da artrite reumatoide representam uma mudança significativa na qualidade de vida dos pacientes, reduzindo os sintomas, como dor e rigidez, e desacelerando a progressão da doença.