O filósofo Francis Bacon afirmou certa vez que conhecimento é poder. Isso é verdade. Mas sabedoria é perspectiva. E isso é ainda mais importante do que poder.
Por isso, não devemos perseguir as coisas erradas!
Ou seja, “persiga algum caminho, por mais estreito e tortuoso, em que você possa caminhar com amor e reverência”, como disse Henry David Thoreau.
Vivemos numa cultura aquisitiva, isto é, temos mais, e queremos mais, do que em qualquer época anterior.
As oportunidades são ilimitadas. Porém, gastamos todo nosso tempo e energia perseguindo coisas que não nos satisfarão.
Por quê?
Há uma identidade equivocada no mundo moderno e que envolve os quatro símbolos do sucesso público: dinheiro, fama, poder e status.
Porém, esses quatro símbolos podem fazer ótimos servos, mas são péssimos senhores.
Ou seja, dinheiro, fama, poder e status podem até serem bons e úteis como recursos, mas quando perseguidos como metas focais, o conceito de suficiente não consegue se impor.
Que quantidade de dinheiro é suficiente?
Sempre queremos mais!
Um repórter certa vez perguntou a John D.Rockefeller quanto dinheiro era preciso para um homem ser feliz. Ele respondeu: “Pouco mais do que ele tem.”
O conceito de suficiente é relativo.
Portanto, surge a seguinte pergunta: “Suficiente para quê?”
Dinheiro suficiente é a quantidade de dinheiro necessária para completar um projeto, saldar as dívidas ou manter um estilo de vida.
Poder suficiente é a quantidade necessária para fazer com que um trabalho seja realizado.
Mesmo fama e status podem funcionar dessa maneira, isto é, um ator necessita de fama suficiente para atrair a atenção do público para a sua atuação.
Um certo nível de status em uma comunidade pode ser julgado suficiente para desempenhar um papel específico nos assuntos da comunidade, por exemplo.
Enfim, suficiente é um conceito relativo. Porém, é absoluto.
Vivemos numa cultura muito competitiva, portanto vivemos em uma cultura do mais.
Portanto, em cultura do mais, costuma ser difícil ver ou fixar limites.
Há duas formas de insatisfação na vida humana, isto é, podemos não estar satisfeitos com o que possuímos ou podemos não estar satisfeitos com o que somos e desejamos nos tornar algo melhor.
Queremos ser mais sábios, saber mais, experimentar mais, desenvolver mais talentos, ser uma pessoa melhor e se aprofundar espiritualmente e assim por diante.
A insatisfação de aquisição acontece quando não estamos satisfeitos com o que possuímos.
Ou seja, quanto mais cedemos a ela e tentamos satisfazê-la, mais ela consegue crescer, até ficar literalmente fora de controle.
Enfim, a insatisfação de aquisição pode se tornar uma exigência doentia, impossível e tirânica.
Mas o contentamento em aceitar emocionalmente o presente como ele é, pode ser um estímulo muito saudável ao crescimento e realizações pessoais.
Por isso, devemos estar sempre insatisfeitos com o que somos, se desejamos atingir o que não somos, com disse Santo Agostinho (354-430).
A tragédia filosófica dos nossos tempos é que, na verdade, as pessoas materialmente abastadas, já se sentem suficientemente sábias, mas querem adquirir muitos mais.
Portanto, a esperança do mundo reside no que se exige de si mesmo!
O poder, o dinheiro ou o reconhecimento são suficientes para deixarmos nossa marca no mundo de forma plena?
Lamentavelmente, o sucesso já arruinou muitas pessoas!
O grande romancista Leão Tolstói conta, em seu famoso livro “Confissões”, que no auge do próprio sucesso, começou a formular algumas perguntas, que lhe foram impostas por uma súbita depressão em meio à realização material, um surto de negatividade que ele não conseguia entender plenamente. Na juventude, ele buscava o dinheiro e a fama. E obteve ambos, em grande medida.
Enfim, o sucesso verdadeiro consiste em vivenciarmos plenamente os nossos talentos a fim de encontrarmos a máxima felicidade em usá-los.
Estava escrito em mármore no mais venerado lugar da Grécia antiga, o Oráculo de Delfos: “Conhece a Ti Mesmo”.
Esse é o mais simples, mais prático, mais profundo, mais famoso e mais difícil conselho já dado pelos filósofos.
O autoconhecimento requer tempo, pensamento, humildade, objetividade, abertura e vivência.
“Não há maior satisfação para uma pessoa justa e bem-intencionada do que saber que ela dedicou suas melhores energias ao serviço de uma boa causa.”
Albert Einstein (1879-1955), físico e matemático alemão.