Olavo de Carvalho (1947-2022) foi um escritor, ensaísta e pensador, tendo atuado no passado como jornalista e astrólogo, e se autoproclamado filósofo, isto é, estudou filosofia por conta própria.
Na juventude foi militante comunista, inclusive membro do Partido Comunista Brasileiro de 1966 a 1968, tendo feito oposição durante todo o período do regime militar, mas posteriormente se tornou um anticomunista convicto.
Tornou-se um dos principais representantes do conservadorismo no Brasil e Pablo Ortellado (1973) filósofo, professor universitário e colunista brasileiro escreveu à BBC (Corporação Britânica de Radiodifusão) e apontou Olavo de Carvalho como responsável pelo surgimento da Nova Direita brasileira.
Autor de vários livros como a obra “Aristóteles em Nova Perspectiva” que foi prestigiada em 1995 pelo filósofo e emérito jurista Miguel Reale, fundador da Academia Brasileira de Filosofia que encaminhou uma cópia da obra para apresentação no V Congresso Brasileiro de Filosofia.
Em 1996, publicou o livro que o tornou conhecido, “O Imbecil coletivo”, ou seja, atualidades inculturais brasileiras, no qual critica duramente o meio cultural e intelectual no Brasil.
A obra recebeu elogios de vários intelectuais, entre eles o jornalista Paulo Francis e o economista Roberto Campos, que o classificou como “filósofo de grande erudição”.
A tônica de sua obra é a “defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando amparada por uma ideologia “científica”.
Olavo de Carvalho é um esplêndido crítico do pensamento coletivo nacional por sua suposta despreocupação com o futuro.
Um tema bastante explorado por ele é a intuição, tendo criado a “Teoria da Tripla Intuição”, um ato único e indivisível que possui três intuições fundidas: ”a) uma intuição sensível da fonte de luz; b) uma intuição sensível do ato de ver, ou seja, toma-se consciência do que se vê e do fato mesmo de ver, isto é, de que se vê; c) e, finalmente, uma intuição racional de causa e efeito”.
Olavo de Carvalho afirmava que suas ideias no que diz respeito à política não se enquadram em uma categoria ideológica.
Ele disse que preferia se manter afastado dos enquadramentos ideológicos no Brasil.
De acordo com Olavo de Carvalho, a esquerda política brasileira conseguiu dominar a universidade, a mídia, a cultura e a política do país, empregando métodos de revolução passiva (a “revolução sem revolução”) de Antonio Gramsci (1891- 1937). Gramsci foi um dos fundadores e ex-líder do Partido Comunista italiano. Filósofo marxista, escritor, teórico político, jornalista, crítico literário, linguista, historiador.
Olavo de Carvalho afirmava que o comunismo é um discurso de ódio e de prática de ódio muito pior do que o nazismo. Disse também, em entrevista a Pedro Bial no dia 10 de abril de 2019 que as teses anticomunistas não são aprovadas nas Universidades brasileiras.
Ele, portanto, aponta o comunismo como responsável por assassinatos em massa e, como perseguidor de religiosos, principalmente cristãos.
É impossível um cálculo global exato, mas entre as revoluções francesa, russa, mexicana, espanhola, chinesa e cubana, o número de cristãos que pereceram nas mãos do regime comunista, nas palavras de Lenin (1870-1924) “extirpar o cristianismo da face da Terra”, não foi inferior a 15 milhões.
Olavo de Carvalho afirmava que o povo brasileiro é conservador e que não encontra representação em nenhum dos grandes partidos políticos, que, inclusive, defendem o oposto da vontade popular.
Em entrevista à BBC em dezembro de 2016, Olavo de Carvalho, quando perguntado sobre a direita brasileira, afirmou: “quis que uma direita existisse (no Brasil), o que não quer dizer que eu pertença a ela. Fui o parteiro dela, mas o parteiro não nasce com o bebê”.
Ele criticou fortemente diversas figuras que ocupam lugar destacado na história das ciências, como, por exemplo, Isaac Newton, a quem acusou de ter disseminado “o vírus da burrice na Terra”.
Embora o pensamento de Olavo de Carvalho teve grande audiência entre o público em geral, especialmente pelo uso que ele fez das mídias sociais, não obteve repercussão na Academia, e diversos pesquisadores e especialistas em filosofia e política criticaram as suas opiniões.
Não faltam militantes do Anti-Olavismo. Alguns são alunos ingratos, outros nem sequer leram seus livros e criticam, nem escreveram uma obra e julgam-se aptos a condenar a pessoa de Olavo de Carvalho.
Olavo é um gênio repleto de criatividade, inovador e maravilhosamente polêmico. Isso não quer dizer que devemos concordar com todas as suas ideias, mas reconhecer sua grandiosa competência.
Ele se autoproclamou ser filósofo e é filosófo. Como já disse, o respeitável jurista e filósofo Miguel Reale (1910-2006) que o reconheceu como filósofo.
Olavo de Carvalho despertou no meio acadêmico para alguns pesquisadores inveja porque ele foi livre, autêntico e teve coragem de desafiar “o imbecil coletivo”. Além, de ter uma história de vida fascinante, ou seja, com luta e coragem.
O que mais dizer sobre Olavo de Carvalho a não ser que suas obras devem ser lidas, pois são preciosas.
Quem desafia o Poder, quem desafia a Mente Coletiva, quem desafia as regras sociais e as leis, quem pensa livre e tem coragem de expor publicamente suas ideias diferentes e quem vai de encontro ao estabelecido na sociedade, é uma ameaça para alguns grupos políticos e econômicos que querem dominar.
Assim sendo, minha homenagem à coragem e autenticidade do admirável filósofo, astrólogo, jornalista, ensaísta, escritor e pensador brasileiro, Olavo de Carvalho.
“Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira”.
Olavo de Carvalho (1947-2022).