Deus criou o ser humano à sua imagem ou o homem criou Deus à sua imagem e semelhança?
É impossível provar a existência do unicórnio, um cavalo com barbicha, um chifre na testa e supostos poderes mágicos. Enfim, é uma invenção, claro.
Da mesma forma, não temos nenhum indício objetivo da existência de Deus – que pode ser perfeitamente apenas uma criação humana. Mas isso também é impossível de provar.
Para a ciência, não é possível criar uma experiência científica que pudesse confirmar ou negar Deus. É difícil de imaginar e isso ajuda a explicar por qual motivo a existência de Deus divide a opinião dos cientistas.
Ou seja, a ciência pode provar que Deus não existe?
Para Victor John Stenger (Bayonne, 29 de janeiro de 1935 – Havaí, 25 de agosto de 2014) físico de partículas, filósofo, escritor e cético religioso americano, é possível provar que nada depende de Deus, e a partir daí inferir que ele não existe. Porém, mostrar que ele não existe, felizmente para uns e infelizmente para outros, continua impossível.
O filósofo da ciência Karl Popper (1902-1994) foi um filósofo austríaco. Ele defendia que o papel do cientista é buscar falhas na sua teoria e, quanto mais genérica ela for, como no caso da “existência de Deus”, menos passível ela seria de ser tratada cientificamente. Ou seja, o tema seria apenas assunto da metafísica, parte da filosofia que não trata dos fenômenos físicos.
O biólogo americano Edward Osborne Wilson (1929-2021) para ele a nossa predisposição para a religião seria um traço genético da nossa espécie.
Ele afirma que o dilema humano é que evoluímos geneticamente para acreditar em Deus, e não para acreditar na biologia.
Os neurocientistas já sabem quais partes do cérebro são ativadas durante os estados de meditação e oração. Pesquisas como essa, contudo, não podem provar a existência ou não de Deus – mas no máximo revelar quais regiões que são responsáveis pelos estados místicos associados à ideia de uma divindade.
“Se chegarmos a uma teoria completa, com o tempo essa deveria ser compreensível para todos e não só para um pequeno grupo de cientistas. Então, todo mundo poderia tomar parte na discussão sobre por que nós e o Universo existimos… Nesse momento, conheceríamos a mente de Deus.”
Stephen Hawking (1942-2018), físico inglês.
Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 – Princeton, 18 de abril de 1955) foi um físico teórico alemão. Como se sabe, falava o tempo todo em Deus – até o dia que o encostaram na parede e perguntaram se ele acreditava mesmo em um Ser Supremo.
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela na harmonia e na ordem da natureza, não em um Deus que se preocupa com os destinos e a ações dos seres humanos.” Respondeu o criador da teoria da relatividade, citando o filósofo holandês do século XVII para quem Deus e o Universo seriam a mesma “substância.”
Carl Sagan (1934-1996) foi um cientista, astrônomo e escritor norte-americano. Ateu convicto que aceitava a divindade.
“A ideia de Deus como um gigante barbudo de pele branca, sentado no Céu, é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que rege o Universo, então claramente existe Deus. Só que emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar pela lei da gravidade, disse o famoso astrônomo americano, Carl Sagan.
Assim sendo, o mundo é muito mais complicado do que pode ser explicado pela ciência, somente por meio do sobrenatural pode ser entendido o mistério da existência.
Podemos enxergar Deus em tudo e em todos. A presença do sobrenatural é o limite da ciência e a porta de entrada da religião.
Santo Agostinho (354-430) foi um religioso cristão, o maior pensador do mundo ocidental, dizia que é mais fácil achar Deus dentro de si do que no mundo exterior.
E o que teria existido, então, antes do Big Bang ou “Grande Explosão”? (teoria científica que tenta explicar a origem do universo). Os físicos são unânimes em dizer que é impossível saber. Enquanto houver mistérios intransponíveis para a mente humana, ideias de divindade não só sobrevivem, como proliferam – e até são atualizadas cientificamente.
Para alguns psiquiatras, neurologistas e cientistas, a própria mente humana guarda talvez mais mistérios que o Universo.
Como surgem as magias denominadas intuição e inspiração? Elas vêm de Deus?
No caso de Einstein, ele chegou à Teoria da Relatividade não por dedução. Foi muita transpiração e por fim, intuição.
Sem dúvida, há uma força criadora inteligente e consciente no Universo que pode ser denominada Deus.
A polêmica sobre a existência divina entre físicos, matemáticos, químicos e cientistas está longe de terminar.
Quem sabe Deus nos dê uma luz!
Na verdade, Deus está na própria origem da pergunta existencial do homem. De onde viemos? Para onde vamos? Se é que vamos?
Em relação à discussão sobre a existência ou não de Deus, Leo John Trese (6 de maio de 1902 – 23 de junho de 1970) foi um padre católico americano e autor de livros espirituais. Ele afirma que se pressupõe a existência de uma “causa primeira”, já que do nada “não se pode obter algo”. Se não existisse um Ser que fosse eterno, não existiria o mundo, com toda sua variedade de seres, e nós não existiríamos. Os filhos têm pais, e esses pais são filhos de outros pais, e esses de outros. Pois bem, quem criou os primeiros pais?
É possível conhecer Deus sem a fé, apenas com a luz da razão?
Se Deus é origem e fim do universo é por meio da fé que se confirma sua existência.
A fé é sobrenatural e, portanto, por meio dela é possível dar respostas ao incompreensível. Cientistas não conseguem obter uma resposta definitiva sobre a existência ou não de Deus por meio da razão.
Se Deus é uma Força Maior no Universo, só pode ser sentido por meio da fé, pois esta transcende a razão e atinge outras dimensões.
“Muitos cientistas são também pessoas com fé religiosa bastante convencional. Eu, um físico, sou exemplo. Creio em Deus como Criador e como Amigo. Isto é, creio que Deus é pessoal e interage conosco.”
William Daniel Phillips (1948), Nobel de Física em 1997.