O ato de mentir não é definido como crime no Código Penal Brasileiro, ou seja, se alguém estiver duvidando da minha honestidade ou me imputando fato delituoso, a primeira estratégia é contar uma história para boi dormir, pois pelo menos o trabalho de quem está investigando será dificultado. O chavão é mais ou menos assim: “Para que ajudar se eu posso complicar?”.
O famigerado “jeitinho” é uma fórmula que o brasileiro encontrou para burlar situações cotidianas com base em subterfúgios, meios escusos e muito mentira. Mas nos EUA o mentiroso não tem moleza, lá a mentira não pode ser usada como ferramenta para enganar a polícia e a justiça criminal. Nessas situações, mentir é crime nos Estados Unidos, sendo classificada como perjúrio e a pena pode chegar a cinco anos de prisão.
Uma mulher identificada como Jessenia Diaz, de 26 anos, foi presa no Disney California Adventure Park em Los Angeles, nos Estados Unidos, após mentir a idade de suas duas filhas para não pagar entrada no parque. As meninas choraram muito ao verem a mãe sendo detida pela polícia. Já no Brasil, qualquer pessoa, mesmo ao responder processo criminal, não está obrigada a dizer a verdade. Assim, oficializamos a mentira como instrumento de defesa.
Pergunto ao amigo leitor, o que será que rende mais likes nas redes sociais no Brasil, falar a verdade ou apresentar mentira bem cabeluda? Qual candidato a cargo eletivo ganha mais votos, aquele que busca ser sincero, honesto e pé no chão ou aquele que promete o que tem certeza que não poderá realizar? A expressão americana “fake news”, numa tradução direta, significa notícias falsas, o que diariamente encontramos na internet com a intenção de destruir a reputação de pessoas, empresas e organizações.
O Brasil não possui lei que trate da criminalização das “fake news” e, parece, que estamos longe de ter, pois boa parte dos congressistas são contrários a esse tipo de normatização. Portanto, Viva a Mentira!!!
Por que falar a verdade se a mentira é mais valorizada? Por Jorge Lordello
Apresentador do programa operação de risco e experiência de 25 anos como delegado de policia em São Paulo
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