O homem que se supera eternamente é aquele que sabe da sua fragilidade e dos seus limites.
Para o filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), o super-homem é o homem que se supera eternamente.
Portanto, nesse caso, super-homem não significa superioridade.
Viver é eternamente se deparar com os seus limites e buscar expandi-los.
Ainda bem que temos um caos dentro de nós e como disse Nietzsche, esse caos nos faz dar à luz a uma estrela bailarina.
Super-homem não é o homem no sentido masculino. Portanto, refere-se esse termo aos homens, mulheres, transexuais, transgêneros e todas as possibilidades de masculino e feminino em cada um de nós.
Temos uma fragilidade que nos habita, graças a Deus!
Ou seja, essa fraqueza nos leva constantemente a viver um estado de transformação inerente à existência humana.
Somos obrigados a esse processo de transformação, caso contrário, só resta sofrimento por negar a essencialidade da vida.
Para Nietzsche, a nossa força vem do grupo, ou melhor, a nossa força vem do nosso poder de reunião. Portanto, é o grupo que fortalece.
O grupo exige comunicação e linguagem, e, também, que tenhamos valores.
O nosso corpo é frágil, o que nos fortalece em grupo é uma inteligência abstrata baseada em ideias que podem se concretizar.
O sentido do super-homem de Nietzsche diz respeito à superação da fragilidade que está em nós. Portanto, não é o famoso super-homem do desenho o super-homem de Nietzsche!
O super-homem é aquele que se supera!
A nossa força está no grupo e, também, em entender os desafios que a vida em grupo traz.
Para Nietzsche, a vida é vontade e potência, ou seja, “eu sou aquilo que deve sempre superar a si mesmo”.
O ser humano deve ser “super” no sentido de eternamente se superar.
E o que é vida para Nietzsche?
É aquilo que necessariamente se supera eternamente.
A humanidade está em constante processo de superação, ou seja, eternamente num processo de expansão.
O humano é essencialmente esse processo de transformação porque a vida é uma Metamorfose.
Assim sendo, Nietzsche pensa o humano acoplado à vida.
É uma luta perdida não aceitar o processo de transformação como algo inerente à própria existência!
Essa não aceitação gera sofrimento no ser humano.
O que importa é o instante e o presente agora, pois a natureza humana é uma potência em transformação.
Nada é fixo! Por isso, o grandioso no humano é ele ser eterno na mudança.
Estar na vida é estar num processo permanente de transformação.
O universo está sempre em expansão e o humano é um universo que se expande também.
Somos “obrigados” a expandir, caso contrário, ficamos doentes.
Negar esse processo de transformação na vida é negar a essência da natureza humana.
É negar a si mesmo!
Metamorfose é vida!
Estamos em eterna construção e destruição de nós mesmos para confirmar a expansão em nós.
A arte é condição para a manutenção do super-homem que está em superação constante, pois o humano está em eterna criação de si mesmo.
O verdadeiro desafio do ser humano é psíquico, moral e diz respeito aos valores.
O super-homem é aquele que supera valores!
E essa conduta ameniza o sofrimento humano.
Há um retorno para o desafio humano de se superar com coragem e assumir o processo de transformação constante no eterno presente.
Ou seja, o super-homem não existe como fim, ele é um modo de viver que Nietzsche acredita ser o mais próximo à vida como vontade de potência e eterna expansão do mundo e do humano.
O super-homem é uma ética!
“Ensino-vos o super-homem. O homem é coisa que deve ser superada.”
Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão.