A crise da esquerda é mais profunda
No momento em que está sendo discutido a crise da esquerda brasileira – provocado aliás, por um pequeno detalhe que é o desempenho na recente eleição municipal -ouso dizer que para além dos temas em relevo no debate, há um esquecimento de uma questão mais profunda. Me refiro a ausência na discussão da clara alienação da esquerda lulopetista, hegemônica no país, da realidade do novo mundo que transformou radicalmente todas as relações humanas e em especial no mundo do trabalho e seu novo modo de produzir num crescente processo de integração e globalização planetária.
Uma nova era da civilização humana !.
Entretanto, isto parece não estar sendo levado em consideração pela maioria das esquerdas brasileiras nas analises da sociedade e das contradições do mundo atual. Objetivamente deixam de ser progressistas e em não poucos casos até reacionários presos que estão a visão de um mundo que se move pelas contradições das lutas de classe- burguesia x proletariado – num coorte de uma sociedade do capitalismo industrial que já começou a desaparecer da história. Continuam tais esquerdas brasileiras e porque não dizer na América Latina, prisioneiras de visões e contradições de uma sociedade do século XX, que há algum tempo está sendo superada e de forma mais rápida do que em qualquer outra revolução, na marcha histórica da evolução da humanidade .
A crise da esquerda é mais profunda. Por Roberto Freire

Ex-Deputado Federal
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