O mercado brasileiro precisa enfrentar um tema complexo: a discriminação por conta da idade, o etarismo.
Porém, o futuro do Brasil é superar o preconceito em relação aos idosos sobre a questão relativa ao trabalho.
Portanto, empresas terão horários flexíveis, ambientes diversos, modelos diferentes de liderança e ênfase em “soft skills” (comunicação e empatia, duas das principais “soft skills” no mercado).
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mais recente, feita em 2021, mostra que o país já tem 56,1% da população com mais de 30 anos.
Temos que mudar o conceito que diz que a juventude é o grande motor de desenvolvimento da economia!
Ou seja, a expectativa de vida do brasileiro segue crescendo.
Hoje em dia, é de 77 anos.
É importante ter diversidade geracional na empresa moderna. A transformação digital nos levou a acreditar que é preciso ter jovens nas companhias.
Ou seja, a nossa cultura ainda valoriza os jovens.
Nas empresas, o etarismo aparece de uma forma mais silenciosa, pois executivos com mais de 50 anos de idade, na sua maioria, são profissionais que amadureceram na companhia, subiram de cargo e seguem naquele lugar.
Sendo assim, a contratação de profissionais acima de 50 anos ainda é um tabu.
Lamentavelmente, programas de aposentadoria compulsória, que forçam a saída de profissionais com mais de 50 anos, são mais comuns no dia a dia das companhias do que os de contratação.
Envelhecer traz experiências e habilidades novas e no mundo corporativo, um profissional 50+ costuma ser mais resiliente em momentos de crise.
A senioridade é uma etapa especial da vida e as pessoas idosas precisam ser respeitadas dignamente, especialmente pelas contribuições sociais que fizeram e fazem ao longo de suas vidas.
Por consequência, os direitos fundamentais dos idosos devem ser respeitados.
O etarismo, também chamado de ageísmo ou idadismo é discriminação, preconceito e aversão contra pessoas por conta de sua idade avançada e colabora com a segregação da população idosa.
A Constituição Federal de 1988 e o Estatuto do idoso coíbem a discriminação contra a população idosa.
Assim sendo, é importante considerar que, tanto a sociedade quanto o Estado precisam ressignificar a conceituação de idoso a partir da criação de uma consciência crítica, considerando também as questões de desigualdades sociais, econômicas e culturais.
Enfim, necessitamos de empresas mais atentas e processos humanizados, flexíveis e diversos para combater o etarismo.
“Nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar.”
George Bernard Shaw (1856-1950), dramaturgo, crítico literário, ensaísta e romancista irlandês.