Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que este transtorno, caracterizado pelo apertamento ou ranger involuntário dos dentes, afeta 30% da população mundial e é uma preocupação crescente para profissionais da saúde bucal em todo o mundo.
O bruxismo, muitas vezes negligenciado, pode causar uma série de problemas dentários e afetar significativamente a saúde geral das pessoas. Entre os danos mais comuns estão o desgaste dos dentes, fraturas dentárias, fraturas radiculares, sensibilidade e perda de dentes. Além disso, o desgaste excessivo pode afetar a função dos dentes, dificultando a mastigação adequada e levando a problemas estomacais devido à ingestão inadequada de alimentos.
O bruxismo também afeta a autoestima, com o desgaste excessivo dos dentes resultando em uma mudança na aparência do sorriso, causando constrangimento ao sorrir e afetando assim a convivência social.
As causas do bruxismo estão frequentemente associadas ao estresse e à vida agitada das grandes cidades. Pessoas que sofrem de ansiedade, estresse e distúrbios do sono são mais propensas a desenvolver bruxismo. O bruxismo também pode ser desencadeado por uma variedade de fármacos ou drogas. As principais são o tabaco, a cafeína, bebidas alcoólicas, cocaína, ecstasy, anfetaminas, antipsicóticos e antidepressivos. Outro fator que pode ser um gatilho do bruxismo, conforme a odontologia integrativa mostra, é a presença de parasitoses intestinais.
As causas do bruxismo diurno ainda não estão bem esclarecidas, mas ele provavelmente ocorre como resposta a emoções, como ansiedade, estresse, raiva, frustração ou tensão. O ranger dos dentes também pode ser uma estratégia de enfrentamento de situações desconfortáveis ou desafiadoras, ou um cacoete que o paciente apresenta durante concentração profunda.
Já o bruxismo relacionado ao sono é provavelmente um fenômeno mediado pelo sistema nervoso central, relacionado a microdespertares do sono com ativação do sistema nervoso autônomo. Microdespertares são breves períodos de despertar durante o sono. Quase todos os episódios de bruxismo noturno ocorrem durante os microdespertares do sono e são precedidos por um padrão previsível de atividade autonômica, com elevação da frequência cardíaca, aumento do tônus da mandíbula e da musculatura orofaríngea, aumento do esforço respiratório e do fluxo de ar nasal, que são seguidos por um aumento na atividade muscular rítmica da mastigação nos músculos da mandíbula, produzindo o ranger dos dentes. É muito comum também que, em situações de desconforto, como dormir fora de casa ou em ambientes barulhentos, o indivíduo pratique o bruxismo.
Temos alguns tipos de tratamentos para sanar o problema, que podemos atuar em conjunto ou separadamente conforme o caso. O principal é o uso de placas intrabucais que protegem os dentes do contato da parte superior com a inferior e devem ser trocadas periodicamente conforme o desgaste. Outro tratamento que tem se mostrado bem eficaz é a utilização da toxina botulínica nos músculos mastigatórios, a utilização do óleo de canabidiol e procurar sempre estar bem consigo mesmo, livre de estresse.