O DIREITO DE RESPOSTA está previsto em lei e no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Com base nesse princípio, manifesto-me em relação ao voto de Sua Excelência, o Ministro Flávio Dino, proferido durante a sessão da 1ª Turma do STF que julga a validade da acusação da PGR contra um ex-presidente e sete de seus assessores.
Na ocasião, o senhor ministro referiu-se—por certo, jocosamente—aos militares como sendo mais amantes de suas armas do que de suas esposas.
Admiro aqueles que sabem rir e, ainda mais, os que, por vocação, fazem rir. Lembro com saudade e admiração dos grandes Carequinha e Arrelia, cujas tiradas cômicas enchiam de alegria minha infância.
Apesar da inegável veia humorística de Sua Excelência — até então pouco explorada – sinto-me, por consciência e formação, na obrigação de alertá-lo de que os militares, desde os primeiros anos de caserna, aprendem e praticam o princípio da aplicação progressiva da força. Em suma: para matar uma mosca, basta um mata-moscas; para acuar um fanfarrão abrigado sob um cargo de poder, às vezes, um berro olho no olho e ao pé do ouvido pode ser suficiente para causar incontinência urinária. E assim por diante.
É fato que alguns militares, como quaisquer cidadãos, mantêm armas de porte sob o travesseiro — especialmente em um país onde a segurança parece garantida apenas àqueles que mantêm relações estreitas e, por vezes, íntimas com o Crime Organizado, responsável, segundo a imprensa, por 4% do PIB nacional.
Dizer, portanto, que não conhece um militar, seja da ativa ou da reserva, que não ande armado, que durmam com armas sob o travesseiro, na cama ou na mesa de cabeceira, e que gostam mais delas do que do cônjuge, pode até ser uma piada que faça rir. Afinal, se for verdade que os idiotas vão tomar conta do mundo não pela capacidade, mas pela quantidade, como profetizou Nelson Rodrigues, então sim, há muita gente rindo.
Diante disso, compartilho uma preocupação legítima: quanto custará um psicólogo para que minha esposa supere o trauma de descobrir que eu, supostamente, amo mais minha humilde pistola do que a ela? Isso, claro, apesar de nunca tê-la colocado sob o travesseiro ou na mesa de cabeceira.
É desta forma que exerço o meu direito de resposta ao nosso pândego ministro. Aliás, Jô Soares, Bussunda e outros provaram que pessoas gordas costumam ter talento para fazer rir.
E, para encerrar no espírito da ocasião, aproveito a vibe de Sua Excelência para lembrar que o comunismo é uma merda que nunca deu certo em lugar algum. Mas, para quem gosta, é uma refeição completa!