Não há dúvida que o combate à fome é uma causa justa e necessária, é uma questão humanitária que ultrapassa fronteiras e deixa indignados cidadãos e cidadãs que não aceitam a situação degradante de milhões de pessoas, não entendem como o mundo não é capaz de distribuir as riquezas produzidas por todos de forma mais equitativa, ficam constrangidos e indignados porque alguns poucos têm tudo e os muitos não têm nada, é uma proposta ousada, contra a qual não há argumentos, é uma tese capaz de unir dezenas de países, como acabamos de ver no “G-20 Rio”, sob aplausos gerais e os méritos devem ser atribuídos a Lula.
As causas dessa má distribuição de bens e valores, dessa aberração que corrói a humanidade, são várias, a depender da região e do caso.
Uma delas são as guerras.
É impossível dissociar as guerras, civis ou não, da fome no mundo, sobretudo a guerra Rússia-Ucrânia, que envolve um país que é um dos grandes produtores de alimentos do planeta e outro que é o campeão dos fertilizantes.
Quanto a esse ponto nevrálgico, o fim das guerras, não há o mesmo consenso.
Há discordância, o que mais uma vez ficou evidente no G-20 Rio. Tanto que o assunto foi mencionado na declaração final de forma oblíqua, para agradar a gregos e troianos.
Enquanto a aliança global contra a fome é festejada e aplaudida, com razão, longe do Rio de Janeiro não há sinais de cessar-fogo, ao contrário, há uma escalada bélica ameaçadora.
Um mundo sem fome e sem miséria é fundamental, e deve ser buscado, a fome mata tanto ou mais que as guerras.
Mas o fato de todos se alimentarem não vai parar as guerras.
Já o fim das guerras seria um passo importante para o fim da miséria e da fome.
O mundo tem fome de paz.
O mundo pede uma Aliança Global Contra as Guerras.