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A natureza é mãe! – por José Renato Nalini

O padrasto é o ser humano. Cada vez que uma tempestade arranca árvores em nossa cidade, há quem culpe a natureza. Mas não é ela. Os culpados somos nós. Você sabe o motivo?

Fizemos desta, que é a maior cidade do Brasil, um espaço impermeabilizado, onde a água não tem como se infiltrar e reabastecer o lençol freático. A intensa edificação vertical faz com que o vento seja canalizado e ganhe força nos labirintos formados pela excessiva ocupação dos espaços. Daí as correntezas que arrancam árvores.

O que fazer?

Cumprir o PlanClima, o Plano de Ação Climática elaborado pela gestão Ricardo Nunes em 2021, junto com a criação da pioneira Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas de São Paulo.

Não é fácil o processo de reordenar o território paulistano e devolver à natureza o que dela se subtraiu e que é a causa direta dos fenômenos extremos que têm chegado com intensidade e que continuarão a ocorrer, o que já acontece em todo o planeta.

Já surgem os bosques urbanos, as miniflorestas nas escolas, os “jardins de chuva”, que são destinados a receber uma parcela da água das chuvas intensas e impedir que elas formem correntezas e causem inundações, enchentes, deslizamentos, desabamentos e mortes.

Multiplicar a cobertura arbórea da capital é outra medida urgente e necessária. A árvore não é inimiga do homem. Ao contrário: ela garante a ele temperatura compatível com a espécie, o lugar onde foi plantada também recebe água da chuva, serve de sombra, de abrigo para a fauna silvestre, regula o regime pluvial e reduz as elevadas temperaturas.

Vamos refletir com serenidade e isenção: a natureza é mãe. O ser humano, insensível em relação ao ambiente, é que foi carrasco e não avaliou o risco de se servir dos recursos naturais como se fossem infinitos e de não repor esse capital valioso que garantirá a sobrevivência da espécie e o prolongamento da experiência humana sobre a Terra.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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