“A inteligência artificial não substituirá os humanos, mas aqueles que souberem utilizá-la substituirão aqueles que não souberem.”
Kai-Fu Lee, especialista em IA e ex-presidente do Google China.
A inteligência artificial generativa (GenAI) está promovendo uma revolução sem precedentes em inovação, criatividade e produtividade. Em pouco mais de um ano, essa tecnologia passou de um conceito experimental para uma ferramenta estratégica essencial nas organizações. Empresas de todos os setores agora reconhecem que seus dados são o ativo central para proporcionar uma experiência de IA de qualidade. Diante disso, a grande questão que desafia os líderes empresariais é: como transformar dados em valor estratégico de maneira eficiente e ágil?
O mais recente relatório State of Data + AI Report evidencia que as organizações estão se tornando cada vez mais eficazes na implantação de modelos de aprendizado de máquina (machine learning – ML). A eficiência nesse processo aumentou três vezes, enquanto o número de modelos de IA em produção deu um salto de 11 vezes em um único ano. O mercado está deixando para trás a fase experimental e avançando para um cenário de adoção massiva e produtiva da IA.
Empresas enfrentavam desafios significativos para operacionalizar seus modelos de IA devido à fragmentação de dados e plataformas. O avanço das plataformas de inteligência de dados está mudando esse cenário, facilitando a segurança, o monitoramento e a governança dos modelos. Setores altamente regulados, como serviços financeiros e saúde, vêm se destacando na adoção de IA, contrariando a ideia de que seriam mais conservadores na implementação de novas tecnologias.
O relatório aponta que 76% das empresas que utilizam modelos de linguagem (LLMs) preferem soluções de código aberto, muitas vezes combinadas com modelos proprietários. A crescente adoção da IA generativa tem levado muitas organizações a priorizar a personalização desses modelos com seus próprios dados, utilizando abordagens como a retrieval augmented generation (RAG). Esse modelo, que se apoia em bancos de dados vetoriais, cresceu 377% em um ano, refletindo a necessidade crescente de garantir respostas mais precisas e reduzir os riscos de alucinações nos modelos de IA.
O Impacto da IA nos Diferentes Setores da Economia
Cada setor enfrenta desafios e oportunidades distintas na adoção da inteligência artificial. O varejo e bens de consumo são os mais avançados, com 25% de seus modelos de aprendizado de máquina sendo efetivamente implantados. Isso se deve à forte concorrência e às demandas dos consumidores por personalização e eficiência.
No setor financeiro, historicamente mais cauteloso, houve uma grande evolução. O número de experimentos necessários antes da implementação caiu de 29 para 10, tornando o setor quase três vezes mais eficiente na transição da experimentação para a produção. Esse avanço tem sido impulsionado pelo uso crescente de GPUs (unidades de processamento gráfico), cuja adoção cresceu 88% em seis meses. As GPUs desempenham um papel crucial na IA, pois permitem o processamento simultâneo de grandes volumes de dados, acelerando a análise de riscos, a detecção de fraudes e a otimização de portfólios.
No setor de saúde, a IA tem se mostrado uma ferramenta essencial para análise de dados clínicos, descoberta de novos medicamentos e melhoria da gestão hospitalar. Com 69% da infraestrutura de IA voltada para processamento de linguagem natural (NLP), essa tecnologia vem transformando registros médicos em insights acionáveis. Além disso, o uso de séries temporais para previsões médicas cresceu 115% no último ano, permitindo a detecção antecipada de surtos epidemiológicos e a otimização de estoques de insumos hospitalares.
Na ApexBrasil, estamos comprometidos em transformar a inteligência artificial em uma ferramenta estratégica para impulsionar a internacionalização das empresas brasileiras. Sob a liderança determinada do presidente Jorge Viana, a agência vem avançando na digitalização de seus processos e na adoção de IA para melhorar a eficiência operacional e ampliar o impacto das exportações brasileiras.
Como diretor de gestão corporativa, tenho coordenado um esforço técnico e estratégico contínuo para integrar inteligência artificial e ciência de dados às operações da ApexBrasil. Isso envolve desafios como unificação e análise de dados, desenvolvimento de modelos preditivos e personalização de soluções para os exportadores brasileiros. A IA tem permitido a criação de ferramentas mais inteligentes para apoiar empresas na tomada de decisões e na busca por novos mercados, garantindo que o Brasil esteja à frente na corrida da transformação digital.
A experiência internacional mostra que as organizações que lideram essa revolução são aquelas que adotam uma abordagem baseada em dados, governança eficiente e integração inteligente da IA aos seus processos. Não se trata apenas de utilizar IA como um diferencial competitivo, mas de incorporá-la como um pilar fundamental para a transformação digital e o crescimento sustentável.
Os avanços na inteligência artificial e ciência de dados não apenas ampliam a eficiência das empresas, como também permitem maior automação e personalização dos serviços. A IA generativa está redefinindo a maneira como interagimos com a tecnologia, e aqueles que souberem explorá-la estrategicamente estarão na vanguarda da inovação.
Na ApexBrasil, estamos trilhando esse caminho com determinação, estudo técnico e inovação, consolidando a inteligência artificial como um motor de crescimento e oportunidades para o Brasil no cenário global.