Crise moral da humanidade. Por Sorayah Câmara

Ética é um tema recorrente que está atrelado à vida e ao cotidiano do ser humano.

Desde que o mundo é mundo existem os preconceitos. 
O ser humano vive entre o bem e o mal, o certo e o errado e o que diferencia cada um é a conduta frente à sociedade que é regida por regras de bem viver e que precisam ser respeitadas desde que não prejudiquem a formação do indivíduo como pessoa livre e independente.
Os princípios ou valores morais são importantes para o equilíbrio e bom funcionamento social na medida em que ninguém saia prejudicado.
Primeiramente, a ética nos remete à norma, à liberdade e à responsabilidade.

Não há sentido falar de norma ou responsabilidade se não partirmos da suposição de que o ser humano é realmente livre para agir.
Se devemos obedecer é porque podemos desobedecer ou somos capazes de desobedecer a norma.

A ética se refere às ações humanas e, se elas são totalmente determinadas de fora para dentro, não há espaço para a liberdade, como autodeterminação e, consequentemente, não há espaço para a ética.
Existem os códigos de ética profissional que mostram como o indivíduo deve se comportar no âmbito da profissão.

Com um mundo, nos dias atuais, cada vez mais globalizado e competitivo, as pessoas honestas se preocupam com a ética nos seus negócios para poderem competir com sucesso e ter resultados positivos.

Na arena política, a ética tem importância fundamental, pois são discutidos direitos de grupos sociais, como questões morais (a questão do aborto; a eutanásia, os direitos dos deficientes etc.). 

Ainda no aspecto político deve ser destacado a importância dos conceitos de democracia e direitos humanos para o entendimento sobre ética.

Falar em ética do ponto de vista político é apreciar também a noção de cidadania e a vida em comunidade com o objetivo da realização das pessoas.
A ética na cidadania busca refletir sobre o comportamento humano sob o ponto de vista das noções do bem e do mal, de justo e injusto, abrangendo as normas morais e as normas jurídicas.

É pela educação que o indivíduo internaliza os preceitos morais para a construção da sua personalidade. 

Numa sociedade em que vivemos de forma competitiva e individualista, aspirar por valores como justiça, baseados na reciprocidade e no compromisso pessoal, é utopia. 

As patologias sociais como as desigualdades e a corrupção se proliferam servindo de alimento à crise dos valores morais e sociais.

E isso atinge a humanidade de um modo geral, pois ela está alicerçada no egoísmo que vai de encontro com a ética.
Portanto, a crise da humanidade é uma crise moral acima de tudo por falta de ética nos vários âmbitos.

Bem e  mal, certo e errado, justo e injusto cederam lugar ao sentimento de sobrevivência. Vivemos numa sociedade exploradora, que mascara a liberdade, condição fundamental para a realização de ações morais.
Em meio a todos esses aspectos sociais e globais, faz-se necessário que cada ser humano esteja consciente de que não bastam as  reflexões, é preciso mudar conceitos, ter condutas condizentes com o que harmoniza a sociedade em todos os seus segmentos.

Os problemas éticos existentes na sociedade, não se resolvem só pela educação e instrução ética dos indivíduos. É preciso vontade individual e política para acabar com as condições sociais geradoras da violência, da corrupção, da exploração e das vicissitudes dos que estão à margem da sociedade.

Portanto, tem que reformar o indivíduo e a sociedade. É preciso reformar ambos.

É necessário exigir de cada um e da sociedade seriedade e dignidade nos seus atos sejam eles políticos, sociais, culturais, religiosos ou morais, já que a ética é a ciência que estuda o comportamento (como entendia o filósofo grego Aristóteles) com ênfase tanto nos valores individuais como nos valores do indivíduo perante a comunidade a qual pertence.






“No Brasil, quem tem ética parece anormal.”
Mário Covas (1930 -  2001), foi um engenheiro e político brasileiro filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).