O Censo da Educação Superior 2024, divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Inep, marca um divisor de águas na história da educação brasileira: pela primeira vez, o número de estudantes matriculados em cursos de graduação a distância ultrapassou o presencial. Dos 10,22 milhões de alunos no país, 5,18 milhões optaram pelo EAD, representando 50,75% do total.
Esse avanço não é apenas estatístico; trata-se de um reflexo direto da transformação do perfil do estudante brasileiro e das novas exigências sociais e de mercado. O ensino a distância, antes visto com reservas, consolidou-se como a principal porta de entrada para o ensino superior, abrindo horizontes a quem antes tinha o diploma como um sonho distante.
Estamos falando de mães que conciliam os estudos com a maternidade, de profissionais que trabalham durante o dia e estudam à noite, de jovens que vivem longe dos grandes centros e de pessoas que, por diferentes razões, não tinham condições de frequentar um curso presencial. O EAD democratizou o acesso ao conhecimento e trouxe para a sala de aula — ainda que virtual — milhões de brasileiros que, de outra forma, estariam excluídos.
Os números reforçam essa mudança estrutural: dois em cada três ingressantes em 2024 escolheram o ensino a distância. Foram 3,34 milhões de novos alunos nessa modalidade, contra 1,66 milhão no presencial. Enquanto as matrículas presenciais recuaram 30% desde 2014, o EAD registrou uma impressionante alta de 360%.
Esse crescimento só foi possível porque a modalidade evoluiu em qualidade e tecnologia. Hoje, estudar a distância não é estudar sozinho. Plataformas modernas, acompanhamento acadêmico próximo e polos de apoio espalhados por todo o país oferecem ao aluno uma experiência completa. O modelo híbrido, que combina momentos presenciais e virtuais, já é uma realidade em consolidação e deve se tornar cada vez mais forte nos próximos anos.
No Grupo Educacional Faveni, onde temos mais de 300 polos ativos e a nota máxima do MEC, acompanhamos essa transformação de perto. Oferecemos desde cursos de graduação até mais de 1.500 opções de pós-graduação, além de extensão e idiomas, em formatos presencial e a distância. Nossa missão é clara: tornar a educação superior acessível sem abrir mão da excelência.
É verdade que as novas regras do Ministério da Educação, que restringem a oferta de EAD em áreas como saúde e licenciaturas, trazem desafios adicionais. Mas entendo que a regulação é necessária para garantir qualidade. O que precisamos evitar é que a regulação se transforme em barreira de acesso. Educação é direito, e limitar oportunidades pode significar retrocesso.
O marco de 2024 é simbólico: o Brasil ingressa definitivamente na era em que o EAD lidera o ensino superior. Cabe a nós, instituições e gestores, garantir que esse avanço não seja apenas numérico, mas também qualitativo, assegurando que cada aluno encontre no ensino a distância não só uma alternativa viável, mas uma experiência transformadora.