A brutalidade com que a Polícia do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem matado os cidadãos paulistas é aterrorizante. Somente nos últimos dias, uma criança de apenas 4 anos foi baleada em uma ação em Santos, no litoral. Depois, um estudante de Medicina levou um tiro no peito à queima-roupa na Vila Mariana. Não podemos esquecer ainda de um homem de 26 anos que morreu baleado com 11 tiros nas costas dados por um policial de folga após furtar pacotes de sabão. Por fim, um policial arremessou um homem do alto de uma ponte.
Todos esses casos, com desfechos tristes e evitáveis, são eloquentes quanto ao descontrole da Polícia Militar de São Paulo. Diante das ocorrências, o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, divulgou nota nas redes sociais afirmando que haverá severa punição. Já Tarcísio de Freitas também se manifestou nas redes sociais, afirmando que o caso será “rigorosamente” investigado e punido.
Quem acredita de verdade?
Esse é o discurso vazio e padrão. A cada crime brutal essas são sempre as desculpas ensaiadas das autoridades. No dia seguinte, nada acontece e mais um paulista é morto pela Polícia. A sensação de impunidade reveste esses maus agentes, que tanto envergonham a população paulista.
A Polícia Militar de São Paulo matou 496 pessoas entre janeiro e setembro, o maior número desde 2020, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado. Além das estatísticas da letalidade policial crescente, uma sequência de casos no último mês acendeu o alerta sobre a violência em abordagens da corporação.
Como bem afirmou o Ministério Público de São Paulo, somente dentro dos limites da lei se faz segurança pública, nunca fora deles. Hoje, infelizmente, muitos policiais paulistas atuam fora da lei. Alguns, inclusive, faziam a segurança particular de um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) no momento em que o suspeito foi alvejado por 27 tiros de fuzil em pleno Aeroporto de Guarulhos. Esse crime, inclusive, completa 1 mês no próximo dia 8 sem que até o momento ninguém tenha sido preso.
A tão almejada paz social que Tarcísio prometeu durante a campanha eleitoral está cada vez mais distante. A letalidade policial maior, além de não ser um tipo de combate eficaz ao crime organizado, contribui para criar confrontos cada vez mais violentos.
A triste realidade é que o paulista que sai às ruas para trabalhar não tem mais apenas medo de ser assaltado por um bandido. O temor é também que algum policial dê um tiro a esmo em sua direção. A Polícia Militar precisa retomar seu compromisso com a legalidade e não tolerar qualquer tipo de desvio de conduta. Ou Tarcísio assume o controle efetivo da tropa observando os preceitos da Constituição Federal ou São Paulo vai virar palco de uma guerra banhada de sangue de gente inocente.