Final de ano, encontros com amigos e familiares, acabei perdendo a mão para escrever as bobagens de sempre. Mas meus quatro leitores cobraram!
– Como é, parou com as crônicas?
Portanto, diante da avassaladora cobrança dessa multidão de leitores, vou em frente.
No último sábado, no boteco do Waldir, onde a fina flor dos velhinhos especializados em sorver doses generosas de cerveja e alguns suplementos, fui cobrado novamente pelo meu amigo João Pares.
– E aí, não escreve mais?
Expliquei que nas últimas semanas estive ocupado em bronzear meu “corpicho” nas praias santistas.
E os assuntos vão rolando e sai o primeiro comentário:
– Lula quase foi preso no Egito sob a acusação de que estava se evadindo do sarcófago de uma das pirâmides.
Ordena o policial egípcio:
– Volte imediatamente para a tumba! Seu lugar é junto com Ramsés e Tutancâmon!
Até explicar quem era foi um perrengue. Afinal, se nem o português ele consegue falar, imagine no idioma faraônico…
Mas, mudando de assunto neste país tão engraçado:
Li no Estadão de sábado um artigo do advogado Mariz de Oliveira analisando nosso sistema penal e o tratamento dado aos meliantes de diversos calibres. Um fofo esse Mariz. Só faltou propor a construção de um monumento aos ladrões e assassinos deste Brasil varonil. Fico imaginando a tristeza do Mark Chapman, assassino do John Lennon por não ter nascido no Brasil. Aqui já estaria livre e talvez se candidatando a um cargo político.
Exatamente como todos os políticos ladrões que jamais cumprem pena neste país. Os mais velhos devem se lembrar do deputado João Alves, que ganhou na loteria federal uma centena de vezes. Sortudo, não é?
E também não vou chatear meus quatro leitores lembrando as falcatruas do Adhemar de Barros, Orestes Quercia…
E nem lembrá-los que o Fernando Collor foi condenado a mais de 8 anos de prisão e continua solto. Não, nada a ver com o fato de ser primo do ex-ministro Marco Aurélio Mello, o mesmo que soltou o André do Rap do PCC…
E como estou em pleno domingão nesta Paulicéia que já foi desvairada no tempo do meu xará Mário de Andrade, termino este amontoado de bobagens com um carinhoso abraço a todos os quatro leitores.
FRASE DE BOTECO
O preço da Justiça está no canhoto do meu talão de cheques.
Sérgio Naya