acontecer como também nada pode acontecer. O fato é que a posse de Donald Trump já movimenta especulações pelo mundo todo sobre o que virá. O presidente eleito, chamado de #47, mexe também com os humores daquela parcela da sociedade norte-americana que votou pelos democratas e sua candidata dO dia 20 de janeiro de 2025 será uma data emblemática. A partir desse dia, tudo pode e última hora, Kamala Harris. Muitos ativistas temem pelas suas vidas, pelas perseguições que poderão sofrer por causa do ativismo político e, por isso, já fazem planos para deixar o país.
Como não é o caso de repetir o bordão “Vai pra Cuba”, tão ao gosto do bolsonarismo raiz, o destino que se apresenta é o Brasil. Sim. O nosso país, de palmeiras onde cantava a sábia, das praias mais bonitas do mundo e de um povo acolhedor e sorridente, está na rota dessa nova leva de exilados voluntários.
Talvez muitos desses norte-americanos não saibam que há pouco tempo, um admirador de Donald Trump tramou um golpe de estado para permanecer no poder. Não deu certo, é verdade, mas bem que tentou. Havia inclusive planos para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Descoberta a tramoia que todos os brasileiros já imaginavam que poderia acontecer, agora o autor intelectual do plano pede anistia para pacificar o país. Bolsonaro entende que basta uma palavra de Lula e de Moraes para que tudo volte à normalidade e a turma (sic) dos golpistas possa seguir ameaçando o processo democrático sem ser molestado.
É preciso um enorme esforço de idiotice para acreditar que Bolsonaro fala sério. O mesmo presidente que zombou da dor alheia na pandemia, que gastou bilhões de reais do orçamento do Estado para tentar ganhar a eleição de 2022 e incentivou a insubordinação golpista, agora pede um passe-livre antecipado, sem que sequer tenha sido julgado.
Os ativistas democratas e da esquerda norte-americana em geral podem pensar que umas boas doses de caipirinha e aquela feijoada de sábado serão suficientes para passar tranquilos os quatro anos sabáticos que virão pela frente. Mal sabem que, antes disso, a Justiça brasileira vai precisar atuar com muita firmeza para colocar na prisão aqueles que um dia expeliram bravatas e mentiras com o objetivo de se perpetuarem no poder.
Sabemos do que Trump é capaz, mas Bolsonaro, como seu fiel discípulo, será capaz de coisa pior se continuar solto. Por isso, a palavra de ordem é uma só: Sem Anistia!