Nos últimos quatro anos o Brasil perdeu quase 1 milhão de pessoas vítimas da covid 19 e suas variações.
A pandemia chegou como outra novidade provocando mudança de hábitos e costumes de toda a população. Mais recentemente entramos no mapa mundial como um país severamente açoitado por tempestades e as bravezas do clima jamais sentidas antes, deixando famílias órfãs e desabrigados sem rumo.
Não que seja novo, mas agora a criminalidade se institucionalizou no país de tal maneira que hoje já não se consegue definir com precisão bandidos e mocinhos.
Tiroteios, assaltos, homicídios, balas perdidas se tornaram algo tão banal que já não criam mais impacto. A gestão política da nação, em todos os seus níveis, encontra-se ainda tateando novos rumos após passar por tantos disparates.
A população, no entanto, continua firme, mas com cicatrizes profundas. O sorriso fácil dos brasileiros já não tão fácil como antes. As poucas alegrias são proporcionadas pelos esportes – querendo ou não essa tem sido a válvula de escape.
O que vivemos hoje, de certo modo, faz reviver a frase “O Brasil não é um país sério”, erroneamente creditada ao então presidente francês Charles De Gaulle, cuja autoria seria do então diplomata brasileiro Carlos Alves de Souza, dita ao jornalista Luiz Edgar de Andrade.
Essa frase chegou a criar um incidente diplomático, mas como as coisas não são sérias mesmo, ela entrou apenas para a história. Continuamos a ser o Brasil, dos brasileiros, dos franceses, norte americanos, japoneses, espanhóis, e mais recentemente dos chineses, porém mais dilapidado, com menos riquezas naturais, minerais e intelectuais. Mas, nem tudo está perdido.
Se o orçamento de mais de R$ 5.0 trilhões aprovado pelo governo Federal para gerir o país em 2024 for salomonicamente aplicado espera-se muitas melhorias essenciais. Nem é por causa desse robusto valor, mas até antes dele, o povo mostra-se disposto a colaborar – até empurrando com a barriga todas as suas dificuldades. Neste mês que está prestes a terminar e com ele o 2023, o movimento turístico está revelando a ousadia, no bom sentido, desse povo.
Pousadas, hotéis de luxos, programas especiais, tanto nas regiões praianas de norte a sul, como as mais distantes, lá no fundão entre cidades próximas a matas e rios, registram deslocamento assustador de pessoas querendo aproveitar a virada do ano.
Pesquisas indicam que essa movimentação deve gerar receita da ordem de R$ 80 bilhões. Número bem expressivo porque a economia parece voltar a girar, dando empregos para milhares de pessoas e ao mesmo tempo levando turistas a realizar seus sonhos.
Queira Deus que este Final de Ano seja sinal de que ainda podemos resgatar a alegria e fazer dos foguetórios reluzentes momentos de congraçamento, mas sem os “pipocos” de metralhadoras.
Esta coluna junta-se aos que acreditam que ainda vamos resgatar a alegria e o sorriso maroto de quem gosta de viver.
Por Antoninho Rossini – Jornalista e Escritor