Xenofonte (430-354a.C.), filósofo grego, foi ao oráculo mais conhecido e importante da Grécia.
O Oráculo do Templo de Delfos foi construído em homenagem ao deus Apolo, deus da luz, das profecias e da verdade, na cidade de Delfos.
Xenofonte foi atendido pela pítia, sacerdotisa, principal do templo.
Ela se dirigiu a uma fenda no chão, de onde vapores exalavam “o sopro de Apolo”, e logo após inalar tais vapores, entrou em uma espécie de transe, e neste momento, o deus Apolo passou a falar por sua boca.
Logo depois, Xenofonte perguntou ao deus da sabedoria quem seria o homem mais sábio na face da terra.
Pela boca da pítia, o deus Apolo afirmou sem vacilar que era Sócrates.
Após receber tal notícia, Xenofonte desceu o monte em Delfos, correndo velozmente para encontrar Sócrates.
Ainda retomando o fôlego, ao encontrá-lo, contou a ele o que afirmou o deus Apolo.
Sócrates se assustou.
Porém, Sócrates com essa notícia ficou descrente do deus, pois ele sabia que possuía certa sabedoria, mas ser escolhido como o mais sábio entre todos, era algo que o deixou atônito.
Por causa disso, Sócrates passou boa parte de sua vida questionando outras pessoas, como sofistas, artífices, militares, artesãos, cidadãos e estrangeiros em geral a fim de verificar qual o motivo de ter sido escolhido por esse deus.
Enfim, ele elaborou um método próprio, conhecido como maiêutica no qual por meio de perguntas e respostas, conseguia mostrar as inconsistências do conhecimento dos seus interlocutores.
Quanto mais ele perguntava, mais ele verificava que, quanto maior o orgulho e a arrogância, menos conhecimento real essas pessoas tinham.
Contudo, Sócrates continuava sem entender como ele poderia ser o homem mais sábio do mundo.
E então, ele foi percebendo que, apesar de saber que ele detinha um elevado conhecimento, Sócrates tinha a real percepção de quanto ainda poderia aprender.
Ele, assim, percebeu que era realmente o mais sábio, mas não por saber muito, e sim porque tinha consciência que ainda precisava aprender bastante.
Portanto, Sócrates proferiu supostamente a sua famosa frase: “Só sei que nada sei.”
Posteriormente, esse gesto de modéstia intelectual, tornou-se quase que um lema para pensadores, pesquisadores e cientistas, ganhando o nome de “douta ignorância” por Nicolau de Cusa (1401-1464), cardeal, teólogo e filósofo alemão.
Enfim, quanto mais aprendemos, mais percebemos que temos mais e mais para aprender por meio da filosofia que nos faz refletir sobre questões relevantes e pertinentes.
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.”
Sócrates (470-469a.C.), filósofo grego.