A emboscada planejada e executado contra o ex- Delegado Geral de São Paulo é uma clara afronta ao Estado brasileiro e um evidente atentado terrorista.
Ruy Ferraz Fontes agiu durante toda sua carreira em nome do Estado. Inaugurou um combate sistemático a partir do DEIC- Departamento Estadual de Investigações Criminais, usando de ferramentas modernas, da época, para estudar, acompanhar as estruturas de criminosos e colocar alguns na cadeia. Apesar de tudo, não foi o suficiente para impedir a escalada do crime organizado que atinge hoje ambientes internacionais. Teve momentos que o doutor Ruy teve forte apoio de seus superiores, nos quadros policiais e na esfera política, mas nem sempre foi assim. Em alguns períodos a negativa política de que o crime organizado existia de fato, só prejudicou seu combate e ajudou a sua estruturação dentro, fora das cadeias e com tentáculos em vários negócios, lícitos e ilícitos.
Esse quadro propiciou o que estamos vivendo neste momento. A morte de Ruy Ferraz Fontes no município de Praia Grande no litoral paulista, é uma autêntica VENDETTA – uma palavra italiana que significa VINGANÇA e fartamente usada por mafiosos. Ele foi nitidamente vingado pelos seus atos do passado, pois pouco ou nada representava sem o poder de polícia.
O Estado brasileiro tem agora duas obrigações: uma de esclarecer e punir os executores e mandantes e outra de enfrentar as organizações criminosas de frente, não com ações eleitoreiras e sim com mudanças estruturais e jurídicas que possam fazer frente a escalada da violência e acabar com o entra e sai das cadeias. Coibir a reincidência criminal poderia ser um bom começo.
O ESTADO brasileiro está sendo confrontado pelo crime.
