O Jornal Nacional desta segunda-feira, 13 de outubro, fez jus à sua decadente audiência, na edição sobre a libertação dos reféns da guerra Israel/Hamas.
Do lado israelense, uma longa e super emocional edição, com pitadas de dramatização de novela mexicana e narração em off piegas, quando o narrador, sobre as imagens dos abraços, beijos e lágrimas do reencontro dos reféns com suas famílias, tenta dramatizar o que já era suficientemente dramático, e emite surpreendentes interjeições tipo “ minha vida, minha vida” ….. meu amor” , sobre as imagens dos abraços, beijos e lágrimas no reencontro emocionado dos reféns com seus familiares.
Nada contra à inerente emoção do fato em si. O reprovável é a hipérbole e a pieguice editorial, que a seguir se transformaria num erro jornalístico crasso, tecnicamente falando, ao apresentar a libertação dos reféns palestinos.
Ou melhor ao não apresentar.
Fria, rápida, absolutamente desproporcional, sem nenhuma imagem de reencontro refém-família, nenhum beijo, nenhum abraço, nenhuma lágrima.
Como se não houvesse drama na volta dos 2 mil reféns e presos palestinos que foram libertados.
O chamado “outro lado da notícia”, tida como uma “lei” e uma obrigação do bom jornalismo, foi ignorada.
Foi mais um exemplo abjeto de mau jornalismo, ou de jornalismo seletivo, parcial, e até (é forçoso dizer) imoral.
O Jornal Nacional não ignorou apenas um lado da notícia. Ignorou um povo – por Dante Mattiussi
