A grande onda atual do Carnaval são os Blocos de rua, só em SP foram autorizados quase 600! Já foi o tempo dos bailes de salão, tão concorridos nos anos 60 e fonte de renda para a maioria dos clubes sociais / esportivos da época.
Apesar dos custos das “batas” exigidas por vários blocos, a maioria dos participantes se diverte sem grandes gastos. O que é preciso na verdade é estar em boas condições físicas, saber se limitar no consumo de bebidas alcoólicas, manter uma eficiente hidratação, e se proteger do Sol entre cuidados de segurança etc. etc. Os participantes deveriam ter uma preparação física semelhante à de um esportista, por exemplo, um corredor de rua de 10 km. PS sei que isso não vai ser feito …rsrsrsrs
Será que precisamos de atenção médica no Carnaval? O que sabemos em relação ao atendimento médico em anos anteriores e que raramente é divulgado, vieram dos postos de emergência existentes. Alguns problemas de saúde sérios ocorreram em passistas das escolas de samba, principalmente entre os mais idosos: da velha guarda, da ala das baianas e outras, foram crises de elevação da pressão arterial, até infarto do miocárdio e derrame cerebral. Na verdade em geral esses passistas não são muito disciplinados nos tratamentos médicos e ficam ainda muito ansiosos para participar do desfile. Infelizmente pouca ou nenhuma preocupação das escolas de samba, nesse quesito de orientar e alertar seus componentes 60+ , quanto aos cuidados com a saúde.
Nos participantes dos blocos o que se constatou foram casos de desidratação, alcoolismo e casos de intoxicações graves por drogas ilícitas (maconha, cocaína, ecstasy e MD). Elas com frequência enorme provocam arritmias cardíacas graves e espasmos das artérias, com consequente isquemia e até infarto do miocárdio. A intoxicação alcoólica entre outros efeitos neurológicos, pode levar a quadros de gastrite com vômitos, e infelizmente a não rara aspiração do vomito provocando uma parada respiratória seguida de parada cardíaca.
Não esqueci do “proibido” lança-perfume, altamente perigoso por provocar parada respiratória fatal quando inalado.
Esse grupo, dos milhões de participantes dos blocos de rua no carnaval, comum nas metrópoles e inúmeras cidades menores, é composto por jovens na maioria, e atualmente com ampla participação da turma na faixa dos 40 aos 60 ou mais anos, e para esse grupo é recomendado atentar suas condições de saúde ao participar de blocos de rua. A preparação física é semelhante à dos esportistas em geral, desde a preparação física prévia, até uma avaliação médica com orientação sobre os medicamentos que usa, e nos dias que for desfilar/dançar, um reforçado café da manhã com sucos, muito líquido e carboidratos.
Quem for participar dos blocos, deve ter a noção do seu limite físico, não deixar acontecer a desidratação e nem “desnutrição, controlar o consumo de bebidas alcoólicas, lembrando que estamos num verão muito quente por todo o país.
O Carnaval é uma festa popular que está mudada completamente, e na atual moda dos blocos, para ser gostosa sem sequelas, tem que ter a atenção individualizada para o corpo.
Impedir abusos e/ou exageros é uma boa ideia, procuremos manter o foco na diversão sem arriscar a saúde.
NABIL GHORAYEB Cardiologista e Médico do Esporte
@nabilghorayeb 11- 943008981