Embora a educação seja, de fato, pública (uma vez que é ofertada pelo Estado), não há nada no sistema estatal de ensino que possa ser chamado de gratuito e não há nada, também, que o torne altamente (ou minimamente) qualificado.
Se considerarmos que o sistema educacional ofertado pelo estado é gratuito teremos, inescapavelmente, de colocar sob suspeita o ditado popularizado pelo economista norte-americano Milton Friedman, segundo o qual “não existe almoço grátis”.
Por meio da tributação o governo espolia os cidadãos produtivos da sociedade para financiar os centros educacionais que estarão aptos a propagar as ideias da elite política dominante. Conceitos como inevitabilidade do estado e diversidade de gênero são, por exemplo, elementos do cardápio progressista que encontram terreno fértil nas escolas estatais.
A tributação é, portanto, a forma como um indivíduo é forçado ao pagamento involuntário de toda a estrutura educacional criada pelo estado. Não faz sentido falar em gratuidade quando se está diante de um sistema que exige pagamentos contínuos e periódicos que, combinados com a adoção de métodos rocambolescos, cega os pagadores de impostos a ponto de os fazerem crer nas supostas benfeitorias do estado e na gratuidade do serviço que recebem.
Quanto à qualidade, vale a pena destacar que a educação estatal não prioriza a individualidade dos que a ela são submetidos. Não importa o quanto eu me interesse pela matemática, por exemplo. Não importa quão hábil eu seja com os números e com a lógica, ou com as palavras e a escrita. Não importa quão desinteressado eu seja pela composição genética de micro-organismos. Submetido à educação estatal estarei exposto a longas horas de conteúdos pelos quais não tenho o menor interesse e com os quais não possuo nenhuma afinidade. A um só tempo, ressalte-se, deixarei de me dedicar ao pleno aprendizado de conteúdos para os quais apresento uma habilidade natural. Como diz Rothbard em seu livro “Educação: Livre e Obrigatória”:
“Quando a mesma instrução, para o mesmo número de horas num dia, pelos mesmos professores, é provida para cinquenta meninos e meninas, a maioria não tem quase nenhuma oportunidade. Os estudantes brilhantes são contidos… os estudantes mais fracos são incapazes de acompanharem… os estudantes médios são desencorajados porque os alunos brilhantes realizam suas tarefas com muita facilidade”.
Qual deveria ser a função de uma escola?
Em tese, a escola deveria fornecer às nossas crianças e jovens uma consciência cidadã (e de fato, neste quesito, “tem sido bem sucedida” se observarmos que grande parte de nossos jovens têm se tornado revolucionários em favor da causa estatal), deveria prepará-los para uma vida adulta independente. Ora, uma vida adulta independente demanda, como corolário, a capacidade de gerar valor para seus concidadãos. Nossas escolas, como já explicitado anteriormente, estão eivadas de doutrinas como ideologia de gênero, diversidade, guerra de classes e ódio a propriedade privada. Alguém espera, realmente, que o nosso modelo estatal de ensino seja capaz de produzir cidadãos que gerem valor para si e para todos os que estão em seu entorno?
Não. Ao contrário, a educação estatal se especializou em violar direitos fundamentais. O direito à liberdade é negligenciado, por exemplo, sempre que somos convidados a financiar, por meio de trabalhos produtivos, a disseminação das ideias que são contrárias à produtividade.
O direito à liberdade é negligenciado toda vez que, em nome da defesa do bem comum, tenho negadas as condições adequadas ao desenvolvimento das minhas habilidades e capacidades individuais.
No ápice, os direitos à liberdade e à livre associação são negligenciados sempre que, forçado a buscar alternativas ao modelo estatal de ensino, preciso pagar por um ensino privado, o qual, embora menos danoso, fora meticulosamente maculado pelas doutrinas e ideologias da elite política dominante (o Grande Irmão, afinal, não tiraria os olhos do que é ensinado nos redutos privados).
Não há liberdade, não há gratuidade e não há decência. Este é o modelo de educação desenhado pelo estado que nos subjuga ano após ano.