as formatá-lo para melhorar a apresentação, mantendo o texto exatamente como está. Aqui está:
Quando a campanha a prefeito de São Paulo começou, Nunes era o candidato mais à direita e Boulos, à esquerda. Nunes é Bolsonaro, Boulos é Lula.
A polarização e a nacionalização pareciam explicitadas, embora nem o PL nem o PT estivessem na cabeça de chapa. E além do PL, outros onze partidos apoiam Nunes, alguns que estão na base do governo Lula.
Mas com a surpreendente ascensão de Marçal, a coisa mudou de figura. Marçal ficou à direita de Nunes, e Boulos, é claro, continuou à esquerda. Nunes ficou no centro.
Como gosto de viver perigosamente, arrisco dizer que Nunes já garantiu o segundo turno, dados os resultados mais recentes, depois do início da propaganda na TV que refletem a força de sua máquina eleitoral alimentada pela prefeitura e por 12 partidos.
E no segundo turno é o favorito, não por ser querido ou bem avaliado. Ou por ser o melhor candidato. O motivo é outro.
Na disputa com Boulos, Nunes vence porque recebe os votos dos eleitores de Marçal, que odeiam Boulos.
Na disputa com Marçal, vence porque recebe os votos dos eleitores de Boulos, que odeiam Marçal.
Ou seja: os eleitores de Marçal e de Boulos admitem votar em Nunes, mas nem os de Marçal admitem votar em Boulos, nem os de Boulos, em Marçal, nem que a vaca tussa.
Ou seja: os eleitores dos candidatos extremistas acabam elegendo o candidato que ficou no centro, pois, apesar do vice indicado por Bolsonaro, tem uma coligação mais parecida com a frente ampla que elegeu Lula.
É um candidato mezzo Bolsonaro, mezzo Lula.
Enquanto Marçal é Bolsonaro puro-sangue e Boulos, Lula puro sangue.
A polarização, que no início da campanha era Boulos vs. Nunes, agora é Boulos vs. Marçal.
Nessa reta final, Boulos deveria centrar fogo em Marçal, que é o campeão da rejeição, para alijá-lo do segundo turno, em vez de gastar munição à toa com Nunes.