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Dia Nacional do Idoso: um chamado à consciência e à garantia de direitos – por Dr. Márcio Coelho

O Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro, não é apenas uma data simbólica. Ele deve ser visto como um convite à reflexão sobre como tratamos aqueles que construíram a base do nosso país com anos de trabalho, dedicação e sacrifícios. Os idosos representam nossa memória viva e carregam consigo a experiência de quem já percorreu longos caminhos. Garantir a eles dignidade não é favor: é obrigação legal, moral e social.

Infelizmente, o cenário atual é preocupante. O Brasil vive um rápido processo de envelhecimento populacional, mas ainda não está preparado para assegurar uma velhice tranquila e segura para todos. Casos de abandono e violência contra idosos aumentaram drasticamente nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em 2023, houve um aumento de 855% nos registros de abandono, e um levantamento de 2025 apontou que, em média, dois idosos são deixados diariamente em hospitais após a alta médica, sem qualquer procura de familiares.

Esses dados revelam não apenas falhas sociais, mas também a urgência de informação clara sobre direitos. Muitos idosos desconhecem os benefícios previdenciários e trabalhistas que podem garantir uma renda mínima, cuidados de saúde e maior segurança no dia a dia. A falta de orientação faz com que milhares abram mão de garantias que lhes pertencem por direito.

A Constituição Federal, o Estatuto do Idoso e a legislação previdenciária brasileira são claros: o idoso deve ser amparado pela família, pela sociedade e pelo Estado. No entanto, a efetivação desses direitos ainda encontra barreiras, especialmente na burocracia e na falta de informação acessível. É nesse ponto que entra a importância de políticas públicas eficientes e da atuação de profissionais comprometidos com a defesa dessa população.

Envelhecer com dignidade não deve ser privilégio de poucos. Deve ser regra. E isso só será possível se houver consciência coletiva, investimento em políticas sociais e, acima de tudo, valorização do idoso como cidadão pleno, com direitos e deveres.

Por fim, deixo um lembrete que considero essencial: os jovens de hoje serão os idosos de amanhã. Cuidar e lutar por melhores condições para essa geração é, na verdade, cuidar do futuro de todos nós.

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