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A arte de falar bem é um diferencial que impulsiona carreiras – por Reinaldo Polito

Oratória é mais do que uma habilidade. É uma estratégia de crescimento. Satya Nadella, CEO da Microsoft, disse que “ouvir foi a coisa mais importante que realizei todos os dias”. A frase resume a essência da boa comunicação: não se trata apenas de falar bem, mas também de saber escutar.

Sheryl Sandberg, ex-COO do Facebook, segue na mesma linha. Para ela, “a comunicação autêntica nem sempre é fácil, mas é a base para relações bem-sucedidas e para a verdadeira eficácia no trabalho”. Quando líderes globais que se tornaram bem-sucedidos em suas atividades destacam o poder da expressão clara e empática, fica evidente que comunicar-se bem é uma vantagem competitiva em qualquer carreira.

O preconceito contra a oratória

Durante muito tempo, a palavra “oratória” foi recebida com desconfiança. Muitos a associavam a discursos políticos, sermões religiosos ou sustentações orais nos júris. “Ah, não vou fazer curso de oratória porque não sou político”, diziam uns. “Não preciso disso, não vou falar em tribunais”, repetiam outros.

Para afastar essa ideia, denominei meu curso de Expressão Verbal, nome que me acompanha há meio século. Hoje, o cenário é outro. A nova geração compreende que comunicar-se bem é uma competência essencial. Tanto que retomei o termo “oratória” com naturalidade nos títulos de meus livros. E a aceitação das obras confirma que a resistência ficou no passado.

Por que comunicar bem é indispensável

Conhecimento técnico é fundamental, mas não basta. À medida que o profissional cresce na hierarquia, a comunicação torna-se decisiva. Como defender ideias, negociar projetos, conceder entrevistas ou inspirar equipes sem domínio da fala?

Os grandes líderes empresariais, políticos e religiosos têm algo em comum: a maioria sabe se comunicar bem. Essa qualidade, porém, não é exclusiva deles. Médicos, professores, advogados e jornalistas também precisam se expressar com clareza. Mesmo os mais tímidos reconhecem que, sem boa comunicação, o crescimento profissional fica comprometido.

Quantas vezes recebi, em meus cursos, profissionais que detestavam falar em público, mas estavam conscientes de que, sem essa competência, poderiam truncar a carreira. Perderiam oportunidades de evolução e até correriam o risco de serem rebaixados a posições inferiores.

O medo de falar em público

O mais curioso é que essas mesmas pessoas, que confessavam ter muito receio de se apresentar diante de plateias ou não sentiam nenhum prazer em discursar, depois de evoluírem e desenvolverem habilidades para se comunicar passam a ter outro tipo de visão e geralmente comentam: “Por que não fiz esse treinamento antes?”

A sensação de desconforto dá lugar à autoconfiança. Falar em público deixa de ser tormento e passa a ser prazer. E, em muitos casos, torna-se paixão. Fica claro que oratória não é dom apenas, mas, sobretudo, observação, estudo e treino. Esse aprendizado muda carreiras e chega a tornar as pessoas mais felizes.

Gandhi e a lição da superação

Mahatma Gandhi é o exemplo clássico de quem venceu o medo de falar. Na primeira sustentação oral como advogado, tremia tanto que mal conseguia segurar as folhas do discurso. Com disciplina e perseverança, transformou-se em um dos maiores líderes da história, um orador que movia multidões com a força da palavra.

Sua trajetória ensina que o importante não é o ponto de partida, mas a disposição para evoluir. O poder da oratória está ao alcance de todos os que desejam crescer. Não há um caso sequer de alguém realmente empenhado e motivado no aprendizado que não tenha alcançado um bom nível de comunicação e evoluído muito.

Um convite à ação

Estamos nos aproximando do período de balanço e planejamento de vida e de carreira. Nos próximos meses, inclua entre suas metas o aprimoramento da comunicação. Busque bons livros, cursos e mentores experientes. Não importa se você está começando ou já fala bem. Sempre há espaço para melhorar. Um pequeno crescimento, às vezes, pode ser o diferencial de que precisava para atingir seus objetivos.

Às vezes, um simples ajuste na forma de se expressar muda completamente a maneira como o mundo o escuta. O aprimoramento do vocabulário, a melhor colocação da voz, o acerto na postura e na gesticulação, o aperfeiçoamento na concatenação das ideias, estruturando de forma lógica o pensamento, são pontos simples de conquistar. E talvez sejam justamente esses aspectos que faltam para você dar o próximo passo.

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