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Invenção revolucionária! – por Sorayah Câmara

O livro não é somente um produto industrial, obviamente, o livro é o veículo, o suporte de uma informação.

As bibliotecas da Antiguidade estavam repletas de textos gravados em tabuinhas de barro cozido antes mesmo de o homem pensar em utilizar determinados materiais para escrever (como, por exemplo, fibras vegetais, tecidos).

Depois, progressivamente modificados, chegaram a ser feitos em grandes tiragens, em papel impresso mecanicamente, proporcionando facilidade de leitura e transporte.

Com o livro, torna-se possível o acesso a um mundo infinito de conhecimento, ou seja, fatos, acontecimentos históricos em todas as épocas, descobertas, tratados, códigos ou apenas entretenimento.

Apesar do livro ser considerado na nossa sociedade de consumo uma mercadoria cultural, sua função intrínseca e insubstituível é ser essencialmente um instrumento cultural de difusão de ideias, de conhecimento e entretenimento.

É maravilhoso pensar que a palavra venceu o tempo, e o livro conquistou o seu espaço!

O livro é o espelho da sociedade, pois sempre por meio de suas ideias, os escritores elegem o que consideram significativo no momento histórico e cultural que vivem.

Por isso, a história do livro se confunde, em vários aspectos, com a história da humanidade.

Até o século XV, o livro servia exclusivamente a uma pequena minoria de sábios e estudiosos que constituíam os círculos intelectuais e eles tinham acesso às bibliotecas, repletas de manuscritos ricamente ilustrados.

Em fins do século XIV, com o reflorescimento comercial europeu, burgueses e comerciantes passaram a integrar o mercado livreiro da época. Como consequência, a erudição laicizou-se, e o número de escritores aumentou, e, portanto, surgiram também as primeiras obras escritas em línguas que não o latim e o grego.

No século XVI e XVII, surgiram diversas literaturas nacionais, demonstrando o florescimento intelectual da época já que havia uma população letrada dos países europeus que estava mais capacitada a adquirir obras escritas.

Com o desenvolvimento do sistema de impressão de Gutenberg, a Europa conseguiu dinamizar a fabricação de livros, imprimindo, cerca de vinte milhões de exemplares, em cinquenta anos, para uma população de quase cem milhões de habitantes, a maioria analfabeta.

Isso significou uma enorme revolução!

Afinal, demonstrou que a imprensa só se tornou uma realidade diante da necessidade social de ler mais.
Obviamente, tudo isso levou à comercialização do livro.

Um relativo aumento no número de eleitores, sobretudo na França e na Inglaterra, deu-se somente com as modificações socioculturais e econômicas do século XIX, isto é, quando o conhecimento passou a significar uma conquista para o homem, que, segundo se acreditava, poderia ascender socialmente se lesse. E alguns editores passaram a produzir a preços baixos, obras completas de autores famosos.

No fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), surgiram as primeiras grandes tiragens de livros, principalmente romances, novelas e textos didáticos.

E com o número elevado de cópias, houve o barateamento da unidade, e, portanto, a literatura foi ainda mais difundida.

Por isso, o livro num país democrático não deve ter um preço exorbitante, pelo contrário, essa política dificulta a difusão do conhecimento tão necessário à formação de verdadeiros cidadãos. Desafortunadamente, o preço do livro no Brasil é abusivo, o que limita significativamente o acesso à cultura pelos brasileiros.

No século XX, o consumo e a produção de livros aumentaram progressivamente, ou seja, o mundo passou a ler mais.

Enfim, a palavra escrita é considerada uma das mais importantes heranças culturais para todos os povos.

“Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar.”
Castro Alves (poeta dos escravos) (1847-1871) foi um poeta brasileiro.

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