O espírito de Natal sempre chega como um sopro manso, mesmo quando a vida anda áspera. Ele não resolve tudo, não apaga dores antigas, não muda o mundo de um dia para o outro. Mas ele desperta algo que teima em não morrer dentro de nós: a esperança. Esse fio delicado que nos lembra que, apesar de toda tristeza e de toda dureza do mundo, ainda existe amor capaz de reacender o que parecia apagado.
Meu pai dizia uma coisa que nunca esqueci. Contava que, quando caminhamos por uma estrada difícil e olhamos para trás, às vezes vemos apenas um par de pegadas na areia. E então pensamos: “Pronto, fiquei sozinho.” Mas, na verdade, é justamente nesse trecho que Deus está te carregando no colo. A presença divina nem sempre aparece nas grandes respostas; muitas vezes aparece no simples fato de você continuar de pé.
E é isso que o Natal simboliza: Deus caminhando conosco, mesmo quando a gente acha que não tem mais forças. Deus se aproximando no silêncio, na fé que renasce devagar, na coragem de amar mesmo depois de tantas feridas.
Se você chega a este Natal com saudades dos pais, com a família dividida, com a mesa mais vazia do que gostaria, saiba que não está sozinho. Milhões vivem histórias parecidas, embora cada um esconda suas dores em silêncio. Mas existe uma verdade que não muda: você pode transformar o Natal de alguém — e o seu — com um único gesto de bondade. Se você fizer uma pessoa feliz, duas pessoas sentirão a luz: ela… e você. Porque Deus multiplica o bem na mesma medida em que você decide oferecê-lo.
Por isso, vale começar hoje. Um ciclo de trinta dias, preparando o coração para receber o que é sagrado. Coloque amor onde houver dureza, coloque fé onde houver dúvida, coloque cuidado onde houver distância. O Natal não depende de cenário perfeito; depende da disposição de permitir que Deus renasça dentro de você.
Que estes próximos dias sejam de consolo, de abrigo, de encontros inesperados com a graça. Que Deus ilumine seu caminho, carregue seu cansaço e renove sua força. E que o seu Natal seja simplesmente maravilhoso — porque, mesmo que você só veja um par de pegadas, Ele está ali. Sempre esteve.










